Rajoy remete para 6.ª feira decisões sobre saneamento da banca espanhola, não comenta Bankia
O chefe do Governo espanhol remeteu para a reuni ão de sexta-feira do Conselho de Ministros a aprovação de novas medidas para consolidar o saneamento do setor bancário espanhol, escusando-se a comentar noticias sobre o iminente resgate da Bankia.
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«Os novos responsáveis (da Bankia) vão assumir a direção, avaliar a situação e adotar as medidas pertinentes», disse Rajoy quando questionado sobre este tema na conferência de imprensa da XXV Cimeira Luso-Espanhola, que decorreu hoje no Porto.
«Mas o governo pode dar uma mensagem de tranquilidade aos depositantes da Bankia e garante que tomará e adotará todas as medidas que considere uteis para manter a estabilidade do sistema financeiro», acrescentou.
A imprensa espanhola refere que o resgate da Bankia será anunciado ainda hoje, depois do fecho da bolsa madrilena, numa operação que poderá custar ao Estado mais de cinco mil milhões de euros.
Hoje o jornal Expansion refere que há um desfasamento de 3.500 milhões de euros nas contas da BFA pela sobrevalorização da Bankia, segundo a Deloitte.
A Bankia está hoje a cair quase 7,0 por cento no principal indicador da bolsa espanhol, o Ibex 35, depois de penalizações que já sentiu nos últimos dias.
Na segunda-feira, Rodrigo Rato apresentou a demissão da presidência da Bankia e da sua casa mãe, Banco Financeiro e de Poupança (BFA), tendo proposto o ex-conselheiro delegado do BBVA, José Ignacio Goirigolzarri.
Uma das hipóteses mais prováveis é de que o Estado injete capital na Bankia através de títulos contingentes convertíveis (conhecidos como 'cocos'), uma forma de dívida que se transforma automaticamente em ações com alguns pressupostos que afetam a solvência do emissor.
A operação poderia custar ao Fundo de Reestruturação Bancária Ordenada (FROB) entre cinco e 10 mil milhões de euros, segundo fontes do mercado.