Com um peso na economia nacional superior aos 12%, o turismo perspetiva continuar a crescer em 2025, após ter conseguido, em 2024, o feito histórico de antecipar em cinco anos a meta dos 27 mil milhões de euros em receitas turísticas previstas só para 2027 e já com indicadores bons para o verão
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Os dados do 1.º trimestre apontam para uma subida de 2,3% no número de hóspedes e um aumento de 4% nas receitas, mas Carlos Abade, em entrevista à TSF, sublinha que aquelas informações ainda não incluem ainda a Páscoa, que, este ano, celebrou-se em abril. Caso contrário, em comparação homóloga, a subida seria superior a 8%, tendo que se aguardar pela confirmação dos dados do final do primeiro semestre.
Num momento em que se aguarda a posse do novo Governo, o presidente do Turismo de Portugal assegura que o organismo continua a trabalhar o pacote de medidas incluídas na Agenda “Acelerar Economia” e nesta nova legislatura promete cumprir o que o novo Governo definir como política pública para o sector.
No entanto, Carlos Abade considera que as prioridades do sector têm de passar por diversificar a oferta para alavancar crescimento de norte a sul e do litoral ao interior do país, exemplificando com as recentes criadas rotas literárias e o florescimento do enoturismo que já levou o país a ser considerado como um dos melhores destinos do mundo neste segmento.
No domínio do investimento, um estudo recente da CBRE revelou que Portugal é o 3.º país europeu mais atrativo para a hotelaria e Lisboa a 4.ª capital europeia mais apetecível, depois de Madrid e de Londres, o que, no entender do presidente do Turismo de Portugal, indica que há margem para o país crescer de forma equilibrada e distribuída pelas diferentes regiões do país.
Sem adiantar números de projetos, Carlos Abade garante ainda que o turismo está a receber muitas candidaturas para vários investimentos no âmbito do Portugal 2030, que tem um total de 500 milhões de euros para o sector e 160 milhões destinados a projetos em territórios de baixa densidade.
Recorda também que o turismo está a executar dentro dos prazos o que está previsto no PRR (Plano de Recuperação e Resiliência), com cerca de 75,68 milhões de euros para o projeto "Agenda Acelerar e Transformar o Turismo" e outro programa "Crescer com o Turismo", que disponibiliza 30 milhões de euros para financiamento de novos investimentos.
Quanto à situação geopolítica internacional e a muralha das tarifas norte-americanas, o presidente do Turismo de Portugal refere que a procura e os fluxos de visitantes estrangeiros, nomeadamente dos EUA, revelam que o impacto não está a ser sentido no sector em Portugal.
De acordo com o último barómetro do Instituto de Planeamento e Desenvolvimento do Turismo, este ano, o sector deve crescer para 33 milhões de hóspedes e os 6500 milhões de euros de proveitos.
