Perante a previsão do Banco de Portugal de mais recessão em 2012, os partidos da esquerda criticaram as políticas do Governo e os partidos da direita alertaram que o pior ainda está para vir.
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A economia portuguesa deverá registar uma quebra de 1,9 por cento este ano e de 2,2 por cento no próximo, segundo previsões do Banco de Portugal divulgadas esta quinta-feira.
Para o PS, é errada a política do Governo de acrescentar medidas de austeridade àquelas que foram acordadas com a "troika".
«Estes dados confirmam que precisamos de uma resposta europeia ao problema que sofremos em Portugal» e que o Governo deve dar uma palavra sobre o debate que decorre no plano europeu e apresentar propostas em relação à «reforma das instituições europeias», afirmou Pedro Nuno Santos.
O comunista Agostinho Lopes disse não ter ficado surpreendido com este agravamento da recessão, afirmando que é uma «consequência natural da política de desastre em curso em Portugal e na Europa», uma «política de profunda recessão».
Na opinião do bloquista Pedro Filipe Soares, a austeridade «traz» mais austeridade. «A austeridade adensa a recessão, a recessão destrói a economia, cria desemprego e instabiliza as contas públicas».
Por seu lado, o social-democrata Miguel Frasquilho disse que a análise do Banco de Portugal traduz com fidelidade o estado difícil que a economia atravessa e alertou que o pior ainda está para vir.
Este estudo «dá uma noção de que as maiores dificuldades devido à situação que atravessamos ainda estão para chegar», avisou.
Já João Almeida, do CDS-PP, considerou que apesar de o próximo ano ainda trazer muitas dificuldades, «não faz sentido entrar em desespero». «O esforço vai compensar se o conseguirmos cumprir», rematou.