"Redução bem-vinda." Contabilistas dizem que novas taxas de IRS são "justas" e pedem ajustes retroativos "suaves"
Em declarações à TSF, Paula Franco, bastonária da Ordem dos Contabilistas Certificados, sublinha que o "ajustamento retroativo" tem de ser "suave" para que, no final, não sejam originados "pagamentos elevados"
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Os contabilistas saúdam a redução das taxas do IRS. O primeiro-ministro, Luís Montenegro, anunciou, na quarta-feira, em entrevista à RTP, que o Executivo aprovou em Conselho de Ministros um novo alívio nas taxas do imposto sobre os rendimentos, alívio esse de 0,5% entre o primeiro e terceiro escalões, 0,6% entre o quarto e sexto e 0,4% no sétimo e oitavo. Ouvida pela TSF, Paula Franco, bastonária da Ordem dos Contabilistas Certificados, considera que se trata de uma proposta justa e adequada.
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"Ir até oitavo escalão foi sempre algo que dissemos, inclusivamente no ano passado, quando depois não vingou essa proposta. Os portugueses e a classe média também precisam dessa redução de impostos e, portanto, esta redução das taxas é uma redução bem-vinda para todos. É gradual, os portugueses não vão sentir muito porque ela tem vindo a ser gradual e o que é importante é que se mantenha esta política para devolver um pouco daquilo que era o rendimento disponível que os portugueses que tinham na altura da intervenção da troika. É muito justo e felicitamos, desde já, esta medida e a continuidade da política de descida dos impostos sobre o trabalho", explica à TSF Paula Franco.
A bastonária renova o apelo ao Governo para que as tabelas de retenção não surpreendam os portugueses. "O problema é que se criou uma expectativa durante muitos anos aos portugueses de que eles teriam um reembolso e que teriam ali quase uma almofada financeira e, portanto, a expectativa dos portugueses ainda não está adaptada a esta nova realidade", afirma.
Paula Franco sublinha que o "ajustamento retroativo" tem de ser "suave" para que, no final, não sejam originados "pagamentos elevados". "Por exemplo, no ano passado, com a retroatividade, o que aconteceu foi que depois muitos portugueses foram surpreendidos - não é que tivessem sido prejudicados -, mas foram surpreendidos com uma expectativa que tinham em relação às contas finais com o Estado", recorda.
O primeiro-ministro destacou que esta será já a terceira descida do IRS em governos que lidera e prometeu “continuar a fazê-lo durante a legislatura”.