No espaço de comentário semanal na TSF, "A Opinião", Francisco Louçã classificou a aprovação da reforma fiscal nos Estados Unidos da América como a maior das últimas três décadas.
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Depois de várias derrotas sucessivas em questões sociais, para Francisco Louçã, esta "é a primeira vitória importante" de Donald Trump, num ano de mandato.
O economista considera que as alterações recentemente aprovadas nos Estados Unidos são a maior reforma fiscal dos últimos 25 a 30 anos.
"Nenhuma das reformas feitas no tempo de Reagan ou Bush tiveram o impacto orçamental nem o alcance social desta reforma", afirmou Louçã, na TSF.
O antigo líder do Bloco de Esquerda lembra, no entanto, que a reforma foi aprovada com uma maioria muito curta - o que representa um problema político.
Com esta reforma fiscal, Trump "baixa os impostos sobre as empresas de 35% para 21%", reduz o "imposto sobre as pessoas" e elimina "uma taxa que se aplica a propriedades de grande valor, acima de 11 milhões de euros", lembrou Francisco Louçã. "Percebe-se o interesse pessoal que Donald Trump tem nisto, porque é no imobiliário que ele faz os seus negócios", comentou.
De acordo com o economista, este novo sistema fiscal "pretende beneficiar os que estão no topo da tabela" e vem gerar um maior "efeito de desigualdade". "Quanto mais ganha, maior é o seu benefício fiscal", disse.
Francisco Louçã sublinha o enorme custo que as mudanças fiscais vão representar para o Estado norte-americano, porque "se o Estado vai receber menos em impostos, vai ter mais défice".
Uma situação que deverá ter um "efeito bola de neve", com impacto noutras economias, particularmente na europeia - que deverá ter de atravessar políticas mais restritivas e recessivas.
Todas as sextas-feiras, depois das 9h00, na TSF, Francisco Louçã comenta os principais temas económicos.