O comissário europeu dos assuntos financeiros propôs que se associe a emissão de títulos conjuntos da dívida pública de países da Zona Euro com uma maior supervisão fiscal.
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«A perspectiva de criação de títulos de estabilidade podia ajudar a superar a crise, mas também conheço a forte resistência contra este instrumento», disse Olli Rehn na conferência anual da Confederação dos Empresários Alemães (BDA), em Berlim, aludindo à recusa da chanceler Angela Merkel em aceitar "eurobonds".
«Para mim é claro que qualquer tipo de "eurobonds" tem de ser associado a uma supervisão e coordenação fiscais claramente mais fortes», acrescentou o comissário europeu.
Uma tal supervisão teria consequências, no entanto, para a soberania dos Estados da Zona Euro, «e por isso é necessário que estes a debatam profundamente», advertiu Rehn.
O político finlandês disse ainda que, na actual conjuntura crítica, a União Europeia e a Zona Euro têm duas opções, «enveredar pelo populismo e arriscar-se a perder tudo aquilo que conquistou no combate à crise, e muito do que obteve com a integração europeia, ou trabalhar em conjunto e tomar decisões responsáveis para dominar as turbulências dos mercados e reforçar a governação económica».
«Os próximos passos, que serão tão necessários como profundos, para a integração europeia não são apenas uma questão sentimental, são uma questão de bom senso», disse ainda Rehn.
A comissão Europeia pretende apresentar na quarta-feira, em Bruxelas, propostas para a introdução de "eurobonds", como solução para resolver a crise das dívidas soberanas.
O comissário para os assuntos financeiros adiantou que se trata de um pacote de propostas para complementar as recentes iniciativas sobre supervisão fiscal e avançar para uma união económica.