
Campos e Cunha
O antigo ministro das Finanças afirmou que o relatório do FMI sobre o corte da despesa pública «tem um diagnóstico errado, distorcido e enviesado» e que, por isso, «a prescrição é errada».
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«O relatório não tem nada a ver com a reforma do Estado. Por outro lado, tem na maior parte dos casos um diagnóstico errado, enviesado, distorcido, incompleto. Portanto, a prescrição é errada», afirmou Campos e Cunha, durante uma conferência sobre a reforma do Estado, em Lisboa.
O antigo ministro das Finanças considerou ainda que «a primeira reforma» que tem de ser feita é a do sistema político, sublinhando que esta é «absolutamente essencial» para reformar a administração pública.
«Sem reforma do sistema político, vejo com muito ceticismo a possibilidade de fazermos uma reforma da administração pública», afirmou.
Para o economista, há dois aspetos fundamentais a ter em conta na reforma do sistema político: a criação de um sistema de listas abertas e o financiamento dos partidos.
«Eu não confio em círculos uninominais. Deviam ser círculos relativamente pequenos, com três pessoas para eleger. Mas assim eu votava em pessoas, não votava no partido e isso obrigava os partidos a ter pessoas credíveis», explicou.