A REN concluiu hoje o financiamento de 800 milhões de euros com o China Development Bank, um dos compromissos assumidos pela empresa chinesa State Grid aquando da aquisição de 25% do capital da gestora das redes energéticas nacionais.
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Em comunicado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a empresa liderada por Rui Cartaxo explicou que o empréstimo é composto por duas parcelas de 400 milhões de euros, com maturidades e objetivos distintos.
Uma das partes, com maturidade de oito anos, a contar da data da primeira utilização, terá um spread (margem de lucro do banco) de 4,7 por cento ao ano, acrescida da Euribor a seis meses, destina-se ao refinanciamento da dívida financeira da REN.
Por seu lado, a segunda parcela será aplicada em investimentos respeitantes a projetos de infraestruturas de eletricidade e de gás natural, no montante de 400 milhões de euros, com maturidade de 12 anos a contar da data da primeira utilização e um spread de 4,9 por cento ao ano, acrescida da Euribor a seis meses.
A chinesa State Grid concorreu à aquisição de uma participação pública de 25% na REN, no âmbito da privatização da empresa, com o compromisso de conceder créditos à gestora das redes energéticas no valor de 1.000 milhões de euros para financiar investimentos e necessidades de refinanciamento.
Do pacote de financiamento negociado de 1.000 milhões, a REN fica ainda com 200 milhões de euros para novos projetos a identificar, segundo adiantou à Lusa o responsável financeiro Gonçalo Morais Soares.
Em julho, a mesma instituição financeira chinesa aprovou um empréstimo à EDP no valor de 1.000 milhões de euros, com maturidade de cinco anos e uma taxa de 4,80% acima da Euribor a seis meses, que também resultou da privatização da elétrica nacional.
Em maio, os chineses da State Grid e aos árabes da Oman Oil Company adquiriram 40 por cento do capital da REN, o que permitiu ao Estado um encaixe de 592,21 milhões de euros.
Após esta fase de privatização, o Estado fica ainda na posse de 11,1 por cento dos títulos da REN, que o Governo pretende dispersar em bolsa, quando as condições de mercado melhorarem.