O presidente da EDP rejeita a ideia de que a empresa esteja a lucrar com rendas pagas pelo Estado e contra-ataca. António Mexia diz que é a empresa que nesta altura subsidia os clientes.
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Não há rendas para a EDP, é antes ao contrário. A companhia subsidia os consumidores, garantiu o presidente da elétrica, António Mexia.
«No fundo, a EDP, neste momento, subsidia os consumidores de energia. Todos nós sabemos que é difícil ter acesso a financiamento, todos nós sabemos que o financiamento é caro, e neste momento a EDP financia o sistema e os clientes», afirmou.
A convicção do presidente da companhia já que a EDP tem financiamento assegurado até 2015, e as rendas, diz António Mexia, não existem.
O líder da EDP argumenta que os custos de manutenção do equilíbrio contratual, os CMECS, que na prática garantem à empresa a rendibilidade dos antigos contratos de aquisição de energia assinados com o Estado quando ainda não existia mercado liberalizado, e que estabeleciam um preço fixo para a produção elétrica e a garantia de potência, uma compensação por manter ativas centrais de salvaguarda que raramente são chamadas a trabalhar, não são rendas nem nada que se pareça.
«A garantia de potência é qualquer coisa que não tem nada a ver com a existência nem de rendas, nem de lucros, porque se trata justamente de remunerar uma parte muito pequena daquilo que são os custos fixos das centrais, que no fundo funcionam como backup do sistema», esclareceu.
A garantia de potência em Portugal, diz António Mexia, está abaixo da média europeia. O presidente da elétrica sustentou a sua afirmação com dois exemplos: Espanha e Irlanda.
António Mexia, que falava na conferência de imprensa anual da EDP, adiantou que o crescimento de quatro por cento nos lucros de 2011, ficaram a dever-se sobretudo à operação em Espanha e à EDP Renováveis.