O presidente do Banco Espírito Santo considerou que a resposta da Europa à crise da dívida na Grécia já está «atrasada» e classificou como «muito importante» a reunião dos líderes da Zona Euro na quinta-feira.
Corpo do artigo
«Aquilo que sabemos é que está a ser preparada uma plataforma em termos do Fundo Europeu para apoiar aqueles credores da Grécia que queiram alienar as suas posições em dívida grega, mas não temos detalhes nenhuns. Parece-me que esta quinta-feira é muito importante. [É preciso] saber o que os europeus decidem porque de facto já está atrasado», disse hoje Ricardo Salgado.
O presidente do BES falava à margem da cerimónia de entrega dos Prémios Exportação & Internacionalização, uma iniciativa do BES e do Jornal de Negócios.
Ricardo Salgado comentou ainda a nota atribuída ao Espírito Santo Financial Group (ESFG) nos testes de 'stress' à banca europeia, uma das mais baixas das quatro instituições portuguesas testadas.
As quatro instituições financeiras portuguesas sujeitas aos testes de stress - CGD, BCP, BPI e Espírito Santo Financial Group (ESFG) - tiveram todas nota positiva, com um rácio 'Core Tier 1' acima de cinco por cento (patamar mínimo) no cenário de 2012.
O Banco Comercial Português (BCP) ficou com um rácio de 5,4 por cento e o ESFG de 5,8 por cento. Já o BES, que integra o ESFG, apresentou um rácio de 6,2 por cento, tanto quanto a Caixa Geral de Depósitos (CGD), com o Banco BPI a apresentar 6,9 por cento.
«Os testes de 'stress' só do Banco mostraram que o BES era o número um», disse Ricardo Salgado, que explicou também a nota da ESFG.
«A 'holding' financeira não tem clientes, não faz créditos, não recebe depósitos e tem participações em actividades não bancárias. Por isso é que os rácios de capital são mais baixos. Isso foi esclarecido», disse o presidente do BES.