Reunião geral dos trabalhadores dos impostos encerra alguns serviços de Finanças por todo o país
Deverão estar fechados os serviços de Finanças Lisboa 1, Porto 2, Cascais 2, Almada 3, Seixal, Moita, Barreiro, Anadia, Salvaterra de Magos, Mangualde, Abrantes e Guarda
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Pelo menos 12 serviços de Finanças de todo o país podem fechar, esta terça-feira, devido à reunião geral convocada pelo Sindicato dos Trabalhadores dos Impostos (STI), onde é esperada a presença de quase 2500 funcionários do fisco.
A reunião tem por mote "Exigimos respeito. Não somos os bombos da festa" e vai decorrer durante toda a manhã, em Lisboa, com o STI a salientar que esta vai ser "a maior reunião de trabalhadores da história do fisco" e que a "adesão recorde dos trabalhadores" ao repto do sindicato pode levar ao encerramento de serviços de Finanças por todo o país e a eventuais constrangimentos no atendimento, nos portos e aeroportos, durante toda manhã.
Segundo informação divulgada pelo STI, deverão esta terça-feira estar encerrados os serviços de Finanças Lisboa 1, Porto 2, Cascais 2, Almada 3, Seixal, Moita, Barreiro, Anadia, Salvaterra de Magos, Mangualde, Abrantes e Guarda.
Em declarações à TSF, o presidente do STI, Gonçalo Rodrigues, refere que os trabalhadores queixam-se das condições de trabalho, incluindo os salários e a falta de segurança.
"Há imensa falta de pessoal nos serviços locais de finanças. As pessoas têm um stress muito grande no trabalho. Há muitas situações de burnout, há situações de agressão, não temos seguranças à porta, portanto as condições de trabalho degradaram-se muito na Autoridade Tributária e Aduaneira ao longo dos últimos anos, incluindo a falta da avaliação permanente, que era a ferramenta que nos permitia estudar fiscalidade. O Parlamento muda a lei fiscal a toda a hora. Nós temos permanentemente de estar atualizados. A função é complicada, tem um ónus muito grande e as condições de trabalho degradaram-se muito ao longo dos últimos anos e as nossas carreiras especiais inspetivas têm sido postas completamente de lado da recuperação de poderes de compra que o Governo está a fazer várias outras carreiras", explica à TSF, Gonçalo Rodrigues, sublinhando ainda que tanto o anterior Governo como o atual têm feito promessas que não são cumpridas.
"O atual Governo não assume nenhum dos compromissos. Nas duas primeiras reuniões, garantiu-nos que estava disponível para trabalhar nestas matérias todas e na terceira reunião, em setembro, foi para nos dizer que, afinal, não estava disponível para negociar nada. Portanto, no nosso entendimento, enganou-nos, não foi sério", considera.
No centro desta reunião geral vão estar temas relacionados com a valorização das funções de autoridade da Autoridade Tributária e Aduaneira (AT), o reforço dos quadros de pessoal, as perspetivas de carreira, bem como as condições para combater "de forma eficaz a fraude e evasão fiscal, os tráficos ilícitos e condições para garantir a segurança externa da fronteira da União Europeia".
O STI sublinha que ter tentado por "todos os meios" dialogar com o ministro das Finanças, sem que este tenha tido "tempo para ouvir os trabalhadores", acusando Miranda Sarmento de não fazer o mesmo que outros colegas do executivo que "têm lutado pelos seus em Conselho de Ministros".
"Esquecidos e enganados só lhes resta o caminho da luta e da contestação", refere o STI em comunicado.
