Risco para execução do PRR? “Essa pergunta não é para mim. Não convoquei eleições antecipadas”

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Fernando Medina e Gentiloni dizem consideram cedo para avaliar impacto das eleições na execução do PRR.
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O ministro das Finanças, Fernando Medina considera que é preciso “esperar” por um “governo em plenitude de funções” para se perceber qual poderá ser o impacto de um eventual cenário de instabilidade governativa, sobre a execução do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR). Mas, o ainda ministro das Finanças afirma que não vê razões para as agências de rating duvidarem da credibilidade do país.
“Temos ratings das quatro principais agências de notação financeira no mundo. Isto é, somos nível de investimento, algo que não acontecia há mais de uma década”, afirmou Medina, salientando que “a dívida abaixo de 100%”, por essa razão, “está convicto que fazer aquilo que devia”.
Mas, sobre a capacidade do país par assegurara a execução do plano de recuperação e resiliência perante um eventual cenário de instabilidade governantiva, o ministro das Finanças considera que é preciso dar tempo ao tempo, mas rejeita responsabilidades em qualquer falha que possa ocorrer.
“Eu não convoquei eleições legislativas antecipadas e, por isso, isso decorre da convocação de eleições legislativas antecipadas [e] do tempo que todas essas coisas demoram”, afirmou, frisando que “agora é esperar que o país tenha de novo um governo em plenitude de funções, com capacidade de mobilizar uma máquina administrativa com a complexidade da máquina portuguesa e que tudo retome uma velocidade elevada como estava a ter”.
No mesmo sentido, e sem se alongar em comentários o comissário da Economia, Paolo Gentiloni também diz que é cedo para falar do impacto do actual cenário político na execução do PRR. “Isso, veremos, claro”, afirmou de forma lacónica.
Questionado pela TSF, o comissário escusou-se a comentar o resultado eleitoral, dizendo apenas que estava “a par” da viragem a direita e do resultado expressivo da extrema-direita, mas manifestou confiança sobre a trajectória da economia portuguesa ao longo dos últimos anos.
“Estamos sempre confiantes com o governo e não estamos a fazer comentários, sobre o resultado das eleições nacionais, certamente”, afirmou, lembrando que “Portugal teve um resultado muito bom nos últimos anos e espero que isso se mantenha”.
A agência de notação financeira DBRS alertou esta terça-feira para os riscos relativamente à execução do Plano de Recuperação e Resiliência, que deveria ser entregue em Bruxelas durante o próximo mês. Mas, Fernando Medina afirma que o governo em funções esta a fazer tudo para que não haja atrasos.
“Estamos a desenvolver todos os trabalhos relativamente ao Programa de Estabilidade [e] a nossa expectativa é que haja um governo formado antes da data formal da entrega e, por isso, transmitiremos ao próximo governo tudo aquilo que estiver preparado para que o próximo governo possa integrar as políticas que entenda no próximo Programa de Estabilidade,a para entregar a Bruxelas”, afirmou o ministro das finanças, a falar em Bruxelas, onde participa esta segunda-feira na reunião do eurogrupo.