O presidente do PSD criticou esta quarta-feira a proposta de Orçamento do Estado, considerando que se trata de um conjunto de medidas de natureza "eleitoralista".
Corpo do artigo
Rui Rio recorre mesmo a uma expressão "do povo" para dizer que a proposta apresentada esta semana pelo governo é um "orçamento de chapa ganha, chapa gasta", considerando que esse é um sinal da "falta de rigor" do documento.
"É um orçamento que não aposta no futuro, aposta no presente. E, em 2019, apostar no presente, significa apostar na eleições", afirma o presidente do PSD, lamentando que "todas as folgas que há sejam para distribuir". "Isto tem uma marca ideológica do Partido Socialista e, particularmente, do Bloco de Esquerda e do Partido Comunista", acrescentou.
Rio lamenta que a distribuição não seja comum a todos, já que "até estava à espera que também houvesse para os professores. Até fico um bocado admirado. Enfim, o governo tem este conflito com os professores. Deu um bodo a todos, e não contempla os professores".
Orçamento "enganador"
O líder social-democrata classifica algumas medidas como apenas "enganadoras", tendo em conta que "neste momento, há uma ideia geral - pela forma como foi vendida -, que as horas extraordinárias ficam isentas de IRS, e não é nada disso. Pagam IRS como todos os demais rendimentos".
A outra medida será a descida do IVA da eletricidade, que para Rui Rio "não vai baixar. Vai baixar só o IVA sobre o contador, que dará uma poupança de 80 cêntimos por mês, na fatura da eletricidade, apenas para os que têm uma potência contratada baixa".
"Há uma mistura de medidas que não são como o governo está a dizer e que pretendem enganar os eleitores", criticou, sem no entanto nunca esclarecer qual será o sentido de voto do PSD. "Prefiro não falar sobre isso, quando tenho uma reunião da Comissão Política Nacional, [na próxima quarta-feira] e já só falta tão pouco tempo", disse.
Por isso, nesta fase, o voto contra, a favor ou a abstenção sãs três as opções possíveis e "teoricamente" nenhuma parece estar excluída.