O ministro do Planeamento e das Infraestruturas acusou hoje, no Parlamento, o Governo de Pedro Passos Coelho de ter privatizado a TAP "à pressa".
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"A vossa fase de privatização não cumpria os regulamentos sobre o controlo europeu da empresa. Não cumpria. Vocês tiveram que fazer uma privatização à pressa", afirmou hoje o governante, em resposta às questões levantadas pelo deputado do CDS-PP Hélder Amaral.
Em audição na comissão de Economia, Inovação e Obras Públicas, Pedro Marques defendeu que, depois da audição do presidente da Autoridade Nacional da Aviação Civil (ANAC), "caiu por terra a ideia de que [a reversão da privatização] era uma questão meramente ideológica".
Na semana passada, o presidente da ANAC, Luís Ribeiro, afirmou que pelo menos até 1 de junho, data da notificação de alterações ao consórcio Atlantic Gateway, o controlo efetivo da TAP estava nas mãos do empresário norte-americano David Neeleman, o que significava que o controlo da transportadora era de um não europeu, ao arrepio da regulamentação comunitária.
"Caiu por terra a ideia de que era uma questão meramente ideológica. A audição do presidente da ANAC deixou bem claro que havia o risco de não garantir o controlo de um europeu", realçou Pedro Marques, lembrando as implicações que poderiam advir para a empresa, se o Governo do António Costa não tivesse não tivesse renegociado os termos da privatização.
Pedro Marques considerou que "seria mau de mais se aquele negócio tivesse sido anulado pela pressa e incompetência do governo anterior". "Encontrámos um processo que não ia correr bem, que foi feito à pressa, por um governo demitido", acrescentou.
Luís Ribeiro realçou no parlamento que a missão da ANAC é garantir que é um nacional, de um Estado-membro da União Europeia, que controla efetivamente a TAP, que para o supervisor é ainda hoje detida a 61% por um consórcio privado, uma vez que ainda não foi oficialmente notificada da alteração ao negócio realizada pelo Governo de António Costa, em que o Estado passa a deter 50% do capital.
"Neste momento, e a partir de 1 de junho, é uma questão que ainda estamos a estudar", adiantou, referindo a data em que foram remetidos à ANAC "alterações substanciais da operação feita pelas transportadoras (TAP e PGA, agora TAP Express).