Empresas de serviços que representam 20% do PIB dizem-se discriminadas. Agricultura, indústria e turismo ficam fora do novo imposto, uma isenção que só não se aplica aos serviços.
Corpo do artigo
A Confederação dos Serviços de Portugal (CSP) queixa-se de discriminação e admite que o novo imposto extra sobre o imobiliário de valor acima de 600 mil euros pode obrigar as empresas a subirem os preços pagos pelos consumidores, sendo aliás natural, economicamente, que isso aconteça.
Esta confederação representa várias associações empresariais que movimentam perto de 20% do PIB português. Entre elas estão, por exemplo, a Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição (APED, que representa os supermercados), a Associação Portuguesa de Centros Comerciais (APCC), a Associação dos Operadores de Comunicações Eletrónicas (APRITEL) ou a Associação Portuguesa de Operadores Expresso.
O secretário-geral, Martim Borges de Freitas, sublinha à TSF que só as associações das empresas de distribuição e de centros comerciais estimam que o novo imposto lhes vá custar 30 milhões de euros por ano.
A CSP fala em discriminação pois não percebe o que leva o setor terciário a ser o único afetado pelo novo imposto que isenta o turismo, mas também os setores primário (agricultura) e secundário (indústria).
Questionado sobre as consequências deste imposto e se os consumidores poderão esperar um aumento de preços, Martim Borges de Freitas diz que acreditam que o Parlamento altere a proposta do governo, mas admite que se isso não acontecer pode existir um "efeito na cadeia de valor que se reflita no consumidor".
A CSP admite que mesmo que as empresas não o pretendam fazer, o mais provável é que o novo imposto se reflita nos consumidores finais.