A Volkswagen admite que pode chegar aos 8 milhões, na União Europeia, o número de casos equipados com o "software" que falsifica os valores das emissões de gases poluentes. Já é possível verificar em Portugal os automóveis afetados.
Corpo do artigo
A informação é avançada pela agência Reuters, que cita uma carta do fabricante enviada ao parlamento alemão. A carta tem data de 2 de outubro e está assinada por Thomas Steg, atual dirigente da Volkswagen e antigo porta-voz do governo de Berlim.
Nessa carta, Steg especifica que os veículos afetados são os que têm motores diesel 1.2, 1.6 e 2.0. De acordo com a Reuters, que cita o jornal alemão Handelsblatt, o autor pede desculpa pelo "prejuízo causado a alguns indivíduos" e promete uma clarificação total do assunto.
Um porta-voz da VW já disse desconhecer a carta. Por isso, a empresa diz que não pretende fazer qualquer comentário.
Saiba se o seu automóvel tem o "kit" fraudulento
Em Portugal, a importadora Siva anunciou esta terça-feira que os clientes portugueses já podem saber se o seu carro é ou não um dos afetados.
Em comunicado enviado à TSF, a Siva escreve que "já podem consultar, no site da marca, informação sobre o seu veículo e ficar a saber se ele foi afetado pelo software que causa discrepâncias nas emissões" de gases tóxicos.
Para isso, tem apenas de "inserir o número do chassis do veículo na plataforma criada no site ou contactar a marca por telefone, através do 808 30 89 89.
A Siva garante ainda que está a trabalhar para "encontrar uma solução técnica, da qual será dado conhecimento aos clientes, no prazo mais breve possível".
Mudanças "não serão indolores"
O presidente da Volkswagen avisou, entretanto, que a reestruturação que o grupo vai sofrer, por causa do escândalo das emissões, "não será indolor". Mattias Muller prometeu fazer tudo para garantir a "segurança dos postos de trabalho", mas afirmou que sair desta crise vai implicar "cortes de grande dimensão".
O responsável pela construtora automóvel alemã confirma que todos os investimentos já planeados vão ser revistos. Todos os que não forem absolutamente necessários vão ser adiados ou mesmo abandonados.
Mattias Muller faz ainda questão de sublinhar que um adequado tratamento dos clientes é mais importante do que a rapidez na forma como a Volkswagen possa ultrapassar o problema.
Contactado pela TSF, o diretor de comunicação da Autoeuropa disse que aguarda "informações oficiais da casa-mãe" na Alemanha. A TSF também já pediu esclarecimentos ao Ministério da Economia sobre as eventuais consequências para a fábrica portuguesa da Volkswagen.
Notícia atualizada às 14:18 com informação da Autoeuropa.