Salário mínimo "é uma prisão" que "afeta de forma significativa o crescimento da economia"
Em declarações à TSF, o presidente da Business Roundtable, uma associação que junta as 43 maiores empresas portuguesas, afirma que a economia portuguesa "cresceu muitíssimo pouco durante mais de 20 anos" e defende a requalificação dos profissionais
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O salário mínimo é uma “prisão” que está a atrasar o crescimento da economia. A leitura é do presidente da Business Roundtable, uma associação que junta as 43 maiores empresas portuguesas e que promove esta segunda-feira uma conferência com o lema "Reiniciar para crescer". Em declarações à TSF, Carlos Moreira da Silva considera que a economia nacional tem crescido muito pouco desde o início do século e aponta razões para essa estagnação.
"Portugal, a partir de 2000, perdeu o sonho coletivo e cresceu muitíssimo pouco durante mais de 20 anos. Isto acontece porque não temos sido capazes de ativar a economia de uma forma mais contundente, nomeadamente [no que toca à] burocracia", explica à TSF Carlos Moreira da Silva.
O presidente da Business Roundtable considera que o país tem "um Estado muito pesado, que receia a capacidade de crescimento da economia, e um sistema fiscal muito pesado". "Nós passamos de 4% das pessoas que tinham um salário mínimo em 2000 para 24% em 2023. É inadmissível, esta prisão ao salário mínimo afeta de forma significativa o crescimento da economia", atira.
Para reiniciar o crescimento da economia, Carlos Moreira da Silva defende algumas medidas, a começar para requalificação dos profissionais. "Temos uma formação profissional que foi esquecida e, desde o 25 de Abril, que faz muita falta à economia", assinala, frisando a importância de "iniciativas para promover a formação profissional e a sua aceitação na sociedade".
"Não é suficiente ter só engenheiros, doutores e arquitetos. Precisamos de novas profissões preparadas para os desafios", acrescenta.
A conferência "Reiniciar para crescer", da associação Business Roundtable, está marcada para esta tarde, na Casa da Música, no Porto.