No comentário semanal na TSF, Carlos Carvalhas deixou críticas à oposição à direita que nunca avançaram um valor para o salário mínimo.
Corpo do artigo
Carlos Carvalhas critica aqueles que estão a tentar virar os trabalhadores do setor privado contra os funcionários públicos. "Como se sabe, o aumento dos trabalhadores da função pública arrasta os trabalhadores do setor privado, e se essa é a preocupação, então que defendam o aumento do salário mínimo."
O antigo secretário-geral do PCP lembra que ainda não ouviu propostas da oposição à direita. "Curiosamente, nunca se ouviu da parte destes comentadores ou da parte do PSD ou do CDS o avanço de um valor para o salário mínimo", aponta Carlos Carvalhas que considera que os partidos da direita, o assunto salários "é um tabu".
TSF\audio\2017\11\noticias\21\a_opiniao_carlos_carvalhas
"No fundamental a lógica deles é sempre esta: se há crise, só pode haver cortes e não aumentos; se não há crise não pode haver aumentos nem reposição de rendimentos porque pode vir aí outra crise."
Carlos Carvalhas lembra que "são os mesmos que, em relação a este orçamento, não têm uma palavra para o escândalo das Parcerias Público-Privadas (PPP), nem em relação aos apoios que são dados à banca."
"É necessário avançar para uma efetiva justiça social, para o relançamento do investimento público, para um crescimento com uma dimensão social e não estar só a olhar para a concentração de riqueza, no fundo com uma hipocrisia de palavras bonitas e muito solidárias, mas depois na prática fazendo o contrário", defende.
O antigo secretário-geral do PCP considera que o Orçamento do Estado para 2018 faz alguns avanços em relação ao combater às desigualdades e também no aumento do investimento público.
"O relançamento do investimento público deve ser considerado como uma variável estratégica que só se deve mudar ou parar em caso de grandes dificuldades porque do investimento de hoje depende o emprego de amanhã e o desenvolvimento futuro", considera Carlos Carvalhas.
Todas as terças-feiras, depois das 9h00, Carlos Carvalhas comenta os assuntos económicos da atualidade.