No documento, de 14 de setembro, o ministro expressa preocupação em relação ao "forte impacto" que o corte de fundos estruturais teria na economia portuguesa. PSD, CDS - PP e Bloco já reagiram.
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"A suspensão de fundos europeus teria um forte impacto na economia portuguesa, uma vez que afetaria a confiança e os planos de investimentos, muitos dos quais dependem de fundos europeus", alerta o ministro na carta a que a TSF teve acesso.
Centeno avisa "a mera possibilidade" de Bruxelas avançar para a suspensão de fundos, é portadora de "incerteza" para a economia, que se traduz em "efeitos negativos para investimento, crescimento e consequentemente para a robustez das finanças públicas".
Na carta, o governante considera ainda que a suspensão de fundos viria "dificultar a capacidade do país para implementar o Programa Nacional de Reformas". Além disso, tornar-se-ia "muito mais duro" cumprir o Pacto de Estabilidade e Crescimento, numa altura em que "o governo está a implementar as medidas necessárias para alcançar 2,5% de défice em 2016".
Mário Centeno apela a uma decisão "justa e inteligente" da parte dos eurodeputados, salientando que a suspensão dos fundos teria um "impacto direto e negativo sobre os cidadãos, empresas e sobre a economia como um todo".
Ouvido pela TSF, o eurodeputado do PSD Paulo Rangel aplaude a iniciativa do ministro.
Na leitura do CDS - PP, o eurodeputado Nuno Melo diz que o Governo escusava de escrever esta carta.
Marisa Matias, eurodeputada do Bloco de Esquerda, sublinha que é sempre positivo deixar clara a posição que se defende e espera que a posição de Portugal faça com que o bom senso prevaleça.
Esta tarde, em declarações em Bruxelas, à margem de um conselho de Assuntos Gerais, no qual o tema também foi abordado, a secretária de estado dos Assuntos Europeus admitiu a possibilidade dos apelos ao Parlamento Europeu e noutras instâncias de Bruxelas não se ficarem por aqui.
Margarida Marques não afasta a possibilidade do um dos membros do governo se deslocar ao Parlamento Europeu para dar as "todas explicações que forem necessárias"
"Estamos sempre abertos a dialogar com o Parlamento e a responder a todas as questões que o Parlamento considere oportunas. Da parte do governo já houve alguma iniciativa e há uma disponibilidade para responder ao Parlamento Europeu em todas as questões que o Parlamento Europeu considerar oportuno", afirmou.