O presidente executivo do Santander Totta afirmou ser contra a proposta do Bloco de Esquerda que passa por refletir os juros negativos nos empréstimos à habitação.
Corpo do artigo
"Não concordamos" com a proposta que está no parlamento, afirmou António Vieira Monteiro, quando questionado pelos jornalistas, esta segunda-feira, na conferência de imprensa de apresentação dos resultados do Santander Totta relativos ao primeiro trimestre do ano.
"Se chegarmos a uma situação em que somos nós a ter que pagar o crédito, quando do ponto de vista dos depósitos estamos proibidos de cobrar juros aos clientes, não percebo como é que podemos funcionar. Então, fechem os bancos", disse o presidente do Santander.
Vieira Monteiro defendeu que refletir os juros negativos nos empréstimos seria o mesmo que "vender o pão pagando mais caro pela farinha".
TSF\audio\2018\04\noticias\30\jose_milheiro_15h
O PS anunciou a 22 de março ter chegado a acordo com o Bloco de Esquerda para que os clientes de bancos sejam beneficiados com um crédito de juros relativo à totalidade do período em que a Euribor seja negativa.
Na altura, o porta-voz do PS, João Galamba, referiu que a legislação não terá efeitos retroativos após entrar em vigor.
Se o diploma for aprovado pelo parlamento, cria-se um crédito de juros do cliente bancário, que será abatido apenas quando os juros subirem e passarem a ter um valor positivo. Desta forma, os bancos não terão agora de pagar uma pequena parte dos empréstimos.
"Esta solução não expõe os bancos a uma perda imediata, mas garante que, quando os juros subirem - e os bancos já tiverem um juro positivo a cobrar -, o crédito anteriormente constituído abate a esse juro", sustentou o porta-voz dos socialistas.