O ministro da Economia considerou que «ninguém se pode esquivar» ao entendimento necessário para uma descida de IRC, a fazer «de forma faseada».
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De acordo com Álvaro Santos Pereira, que discursava numa conferência, em Matosinhos, organizada pela Confederação Empresarial de Portugal (CIP), Portugal não tem «margem orçamental» para baixar o IRC «de uma forma abrupta já», devendo por isso fazê-lo de «uma forma faseada» mas significativa.
«Para tal, é fundamental que os principais partidos do arco da governação cheguem a um entendimento nesta matéria. Ninguém se pode esquivar a este entendimento. E eu penso que ninguém se pode esquivar porque o que está em causa é o país», defendeu.
Na opinião do ministro, Portugal tem «que ter das fiscalidades para as empresas mais arrojadas da Europa» e «o IRC do mais competitivo que existe na Europa».
«Para conseguirmos ter mais investimento nacional e investimento estrangeiro é fundamental baixar os impostos às empresas, é fundamental baixar o IRC. Começando no IRC, depois obviamente alargando à diminuição da carga fiscal para as empresas e para as famílias também», disse, reiterando a necessidade de um acordo de regime nesta matéria.
Considerando os temas da energia e do financiamento fundamentais na estratégia de fomento industrial, Álvaro Santos Pereira defendeu que outra matéria que deve ser alvo de acordo de regime é a questão do sistema dual e de aprendizagem.
«Estamos a trabalhar para aumentarmos a consolidação empresarial. As nossas empresas têm pouca escala, muitas vezes, e se nós queremos mesmo apostar numa internacionalização da nossa economia, temos que fazer com que as nossas empresas aumentem a sua escala», disse, considerando que «não pode ser só Estado a trabalhar nisto» mas também os empresários.
O presidente da CIP, António Saraiva, que discursou antes do ministro, defendeu ser «necessário reduzir a burocracia redundante e, por vezes, obsessiva», considerando que «importa não tomar novas medidas que não acrescentem mais procedimentos e exigências que absorvem tempo e recursos e não se coadunam com a realidade em que as nossas empresas vivem».