A redução da frota de aviões da SATA levará a uma diminuição de trabalhadores, que será feita através de reformas e não renovação de contratos a prazo, disse hoje o presidente do Conselho de Administração da empresa.
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Luís Parreirão falava na comissão parlamentar de economia da Assembleia Legislativa dos Açores, durante a apresentação aos deputados açorianos do "plano de desenvolvimento estratégico da SATA" até 2020.
Esse documento prevê a redução das frotas de aviões, a renegociação de uma dívida de 179 milhões de euros e cortes nos «custos fixos e de estrutura».
Já a partir deste ano, a frota de longo e médio curso da SATA passará a ter menos aeronaves o que, segundo o documento hoje apresentado, terá um «consequente reflexo no número de tripulações», sem quantificar.
O administrador do Grupo SATA disse aos deputados que essa «redução de pessoal [de voo] será assegurada pela não renovação de contratos a termo», acionando «mecanismos de antecipação de reformas» ou ainda através da «passagem natural à reforma» de atuais colaboradores.
O Conselho de Administração da SATA vai reunir-se na próxima semana com os sindicatos que representam os trabalhadores da empresa para lhes apresentar o plano estratégico «e discutir de forma construtiva as soluções a implementar dentro dos objetivos definidos» pelo documento, afirmou Parreirão.
«O essencial é conseguirmos alcançar os objetivos em diálogo com os trabalhadores e em concertação com eles», vincou.
O presidente da transportadora aérea açoriana precisou, no entanto, que «naturalmente, se o número de aeronaves vai ser alterado, não vão ser precisas as mesmas pessoas para as operar». Assim, disse que deverão ser necessários metade dos tripulantes atuais do longo curso, ou seja, 23, reiterando que a dispensa de colaboradoras não passará pelo despedimento.
Quanto ao pessoal de terra, não está para já previsto «qualquer ajustamento relevante», uma vez que a SATA vai criar uma nova empresa dentro do grupo para desenvolver o negócio do 'handling'" nos aeroportos dos Açores, pretendendo aproveitar a entrada de novas companhias no mercado da região, na sequência da liberalização de algumas rotas que ligam as ilhas ao continente.
No entanto, se entrarem novos operadores na região ou se as chamadas 'low cost' assegurarem «autoassistência», será necessário «fazer ajustamento no pessoal» de terra, afirmou Luís Parreirão.