Acerca do relatório do FMI sobre Portugal, o presidente do Parlamento Europeu recordou que o Fundo Monetário Internacional «veio outra vez com a mesma receita que consideram errada».
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O presidente do Parlamento Europeu estranha que o relatório do FMI sobre a reforma do Estado social em Portugal seja de sinal contrário a declarações de responsáveis do Fundo Monetário Internacional que admitiram, recentemente, que a receita da austeridade estava errada.
Comentando este documento no início de uma visita que está a fazer a Portugal, Martin Schulz diz que tomou «boa nota» deste relatório, mas lembrou que «agora vieram outra vez com a mesma receita que consideram errada».
«Por isso, a minha recomendação para o FMI é que se decidam internamente sobre qual é bom caminho», afirmou este deputado social-democrata europeu.
Schulz revelou ainda estar preocupado com a «ameaça desta crise económica na nossa estabilidade democrática» e adiantou que «não se deve subestimar a forma como a crise económica e monetária está a levar a uma profunda crise psicológica e social não só em Portugal, mas em muitos países».
O presidente do Parlamento Europeu não teve ainda dúvidas em considerar errada a «ideia de que cortes na despesa pública vão conduzir a mais crescimento da economia» e que «é preciso reduzir o défice para conquistar a confiança dos investidores».
«Precisamos de disciplina orçamental, mas nunca conseguiremos reduzir a dívida sem crescimento. Crescimento significa mais emprego, mais lucros para as empresas e mais receita fiscal», concluiu.