O líder do PS desafiou o primeiro-ministro a defender junto da "troika" um ajustamento do programa de ajuda externa, vincando que os sacrifícios não devem estar concentrados em dois anos.
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António José Seguro falava, esta quinta-feira, na abertura do debate na generalidade da proposta do Governo de Orçamento do Estado para 2012, no Parlamento, depois da intervenção inicial do primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho.
O socialista desafiou o Governo para que defenda um alargamento, pelo menos por um ano, dos prazos para o cumprimento do programa da "troika".
O secretário-geral do PS apelou também ao primeiro-ministro para que recue na decisão de cortar dois subsídios aos funcionários públicos e pensionistas, alegando a existência de uma folga no Orçamento do próximo ano em rubricas como os juros, as comissões a pagar à "troika", as cativações e consumos intermédios.
«Neste orçamento há um estigma e uma violência sobre os funcionários públicos que é inaceitável. Não somos os únicos, ouça o Presidente da República, os trabalhadores, a Igreja [Católica] e veja o parecer do Conselho Económico e Social (CES). É importante que o Governo não fique isolado e ouça», frisou.
Na resposta, Pedro Passos Coelho recusou as estimativas orçamentais e contrapôs que o Orçamento do Estado para 2012 não tem qualquer «almofada». «Não estamos disponíveis para pôr em causa a meta do défice», sublinhou.