Seguro diz que Governo devia olhar previsões do FMI para não fazer mais cortes
O secretário-geral do PS, António José Seguro, defendeu hoje que o Governo devia olhar para as previsões divulgadas hoje pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) e não fazer mais cortes, mas agir relativamente ao desemprego.
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«Eu acho que é importante que o Governo olhe para esses números e tire conclusões. Numa altura em que o Governo se prepara para fazer mais cortes, esses indicadores revelam que o Governo não deveria fazer mais cortes e devia ter uma preocupação muito grande no que diz respeito ao nível elevadíssimo de desemprego que há no nosso país», afirmou António José Seguro no final de uma visita à Adega Cooperativa de Pegões.
O FMI confirmou hoje as previsões para a economia portuguesa recentemente avançadas pelo Governo, antecipando um crescimento de 1,2% e uma taxa de desemprego de 15,7% em 2014.
O líder socialista disse ter lido hoje no diário britânico Financial Times «declarações de um ex-assessor do presidente Barroso da Comissão Europeia, criticando a estratégia da austeridade, dizendo que ela não correspondeu a nenhuma opção no sentido de sair da crise mas, fundamentalmente, a jogos internos, e que isso obrigou a Comissão Europeia a um seguidismo em relação à Alemanha».
Seguro referia-se a um artigo do periódico londrino em que o antigo conselheiro de Durão Barroso, Philipe Legraine, ataca as políticas de austeridade de Bruxelas.
António José Seguro sublinhou que a «prioridade» deve ser a criação de emprego, apontando para os números de um «milhão e 300 mil portuguesas e portugueses que estão em idade de trabalhar e não conseguem», entre desempregados, inativos e emigrados.
«É essa prioridade, a criação de emprego, apostando nas nossas empresas, porque são elas que criam emprego, que deve ser a prioridade do Governo e não fazer cortes», afirmou.
O líder do PS insistiu ainda que o primeiro-ministro faça «prova» das suas palavras acerca de um aumento do salário mínimo nacional e convoque a concertação social.