Álvaro Santos Pereira critica o atraso da Europa na adoção da Inteligência Artificial no tecido económico
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O economista chefe da OCDE, Álvaro Santos Pereira, denunciou aquilo que diz ser o fosso cada vez maior entre a União Europeia e os Estados Unidos da América.
O economista defende que “a Inteligência Artificial (IA) vai aumentar ainda mais a diferença entre a Europa e os Estados Unidos, Isto vai ter enormes implicações não só para o bem-estar das populações mas também para a política económica, para a política monetária, para a política fiscal”.
A IA vai provocar um impacto positivo no mercado de trabalho. Apesar de estar em causa o fim de 85 milhões de empregos, podem vir a ser criados 97 milhões de novos postos de trabalho, o que é um saldo positivo a que se soma um aumento de 15 pontos percentuais do PIB global. No entanto, estes dados mundiais têm pouca expressão na Europa.
"Se nos lembrarmos que a Europa está a envelhecer muito mais rapidamente que os Estados Unidos, se tivermos em mente que a atitude a nível de regulação na Europa é primeiro regular e depois inovar, enquanto nos Estados Unidos é o primeiro a inovar e depois regular, algo tem de se mudar porque senão a Europa vai ser um lindo museu, mas nunca vai ser um centro de inovação tecnológica, como nós estamos a ver nos Estados Unidos”, conclui Álvaro Santos Pereira.
Esta sexta-feira, no Fórum Financeiro Outlook, em Lisboa, reuniram-se vários especialistas, incluindo o ministro-adjunto e da Reforma do Estado, Gonçalo Matias, que defende uma simplificação administrativa dos processos de decisão com a ajuda da IA.
“É olhar para os processos na sua base e fazer uma reengenharia desses processos, requalificar esses processos e então, sim, usar a tecnologia, usar a inteligência artificial para acelerar o processo de decisão, libertando os serviços públicos, libertando os decisores públicos de muitas atividades que são absolutamente inúteis e promovendo a sua concentração em atividades muito mais produtivas e criativas”, defende Gonçalo Matias.