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Um apagão atingiu, na segunda-feira, Portugal continental, Espanha e sul de França, com as falhas de energia a afetar hospitais, transportes, aeroportos e telecomunicações. Pode ser algo insólito, mas não é a primeira vez que acontece. É preciso recuar mais de duas décadas para recordar um apagão (quase) geral como este: foi há quase 25 anos que o nosso país passou por um episódio semelhante.
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Imagine-se em casa. Não há luz na habitação, não há luz pública, está tudo escuro. O fogão, imagine, é também elétrico, tudo é elétrico, tudo precisa de luz. Nada funciona. Há que manter a calma. Por isso, leia com atenção até ao final este artigo. Pode ajudá-lo a resolver alguns problemas.
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Foi através de um apelo na rádio para que ninguém saísse à rua que Otília Vaz descobriu, na madrugada de 25 de Abril de 1974, que estava em curso uma Revolução. O repto, contudo, não foi cumprido pelo marido da mulher de 73 anos, que "ficou todo contente que isso tivesse acontecido", e insistiu em juntar-se à multidão.
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A sondagem que foi feita antes do apagão e do frente a frente, mas já depois dos primeiros debates televisivos, mostra que Luís Montenegro mantém uma avaliação mais positiva do que Pedro Nuno Santos, porque embora o secretário-geral do PS registe uma subida de 4 pontos percentuais nas notas positivas, recolhe ainda uma maioria de opiniões desfavoráveis.
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À TSF, a iraniana Newsha Tavakolian diz recusar sair à rua para fotografar mulheres só porque estão sem lenço. Fotógrafa da Magnum, hoje vê-se mais como artista, professora, alguém que trata o seu arquivo. E está cansada de estar triste com retrocessos nas mudanças no Irão. Está na Narrativa, em Lisboa, até domingo.
Muitas vezes contado apenas do ponto de vista do que aconteceu em Lisboa, o 25 de Abril também foi feito no Porto. Corria o mês de abril de 1974 e Germano Silva, jornalista do Jornal de Notícias, já antecipava que havia algo que estava para acontecer entre os militares, até porque tinha uma fonte privilegiada: Manuel António Pina, também ele jornalista no diário portuense, que tinha acabado o serviço militar obrigatório há pouco tempo.
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Nas crónicas da Revolução dos Cravos, raramente se conta o que aconteceu fora de Lisboa. Naquele 24 de Abril de 1974, José Castro Carneiro, capitão de Abril, teve a missão de prender o chefe do Estado-Maior da Região Militar do Norte. O agora coronel considera que o povo deve saber usar "a arma que tem": o voto.
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Violante Saramago Matos, escritora, bióloga e ativista, afirma sem hesitações que "hoje é muito mais importante o voto do que foi em 1975". Justifica esta crença com o argumento de que, no ano em que se realizaram as primeiras eleições livres e universais, "o ambiente social era favorável à implantação de uma democracia. Hoje não é".
Peter Kisfaludy esteve em Portugal a observar os jogadores, no papel da coordenador de scouting do Djurgårdens, e aproveitou para reencontrar Viktor Gyökeres. A visita coincidiu com o apagão geral de segunda-feira, o que obrigou a um almoço improvisado e uma conversa que acabou num pedido de dinheiro.
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