O Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil acusa a Ryanair de violar a lei da greve, substituindo os trabalhadores que aderiram à paralisação por tripulantes de outras bases aéreas.
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Os tripulantes da Ryanair estão, desde as 0h00, a cumprir uma greve intercalada de três dias, que acontece esta sexta-feira, no próximo domingo e na próxima quarta-feira. Os trabalhadores protestam contra o "bullying laboral" exercido pela companhia aérea e o não-cumprimento dos contratos de trabalho, segundo a lei portuguesa.
Em declarações à TSF, Luciana Passo, presidente do Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC) afirmou que a Ryanair a tentar bloquear o protesto, que está a ter uma adesão de cerca de 90%.
"A Ryanair fez aquilo que a Constituição Portuguesa não permite: substituiu grevistas. Está a tentar realizar todos os voos, mas trazendo tripulantes de outras bases", acusa Luciana Passo.
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"É uma vergonha aquilo que a Ryanair faz com os trabalhadores portugueses a laborarem em Portugal", defendeu a sindicalista, instando as autoridades a tomarem uma posição "pública, imediata e dura".
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Luciana Passo alerta que, se as autoridades não punem uma companhia irlandesa que viola a Constituição Portuguesa, estão a deixar uma porta aberta para que outras empresas façam o mesmo.
"Se a Ryanair não pretende, sequer, cumprir a Constituição da República Portuguesa e [as autoridades] deixam, porque é que as outras [companhias aéreas] hão de cumprir?", questiona a presidente do sindicato. "A partir de agora isto pode tornar-se uma anarquia, cada um faz o que quer, olhando para o seu próprio lucro e interesse".