O sindicato dos trabalhadores do comércio defende, por isso, a aprovação de mais regras que protejam os funcionários e os consumidores dessa competição desenfreada.
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Ainda no rescaldo da iniciativa da cadeia de supermercados Pingo Doce no 1º de maio, o sindicato dos trabalhadores do comércio afirma que há uma luta entre as duas principais empresas de distribuição, Sonae e Jerónimo Martins.
O presidente do sindicato, Manuel Guerreiro, não tem dúvidas de que o Governo é o principal responsável.
«É responsável em primeiro lugar porque criou as condições para existirem estas guerras, quando liberalizou por completo o mercado, quando anulou todas as regras que existiam em relação a estas empresas e quando, de alguma forma, se coloca ao lado das empresas nestas guerras», acusou.
Mas desta guerra ninguém vai escapar, nem trabalhadores, nem consumidores. Por isso, alertou Manuel Guerreiro, há uma necessidade urgente de regular o sector da distribuição.
«Esta guerra desencadeada pelo Pingo Doce evidencia de facto que estamos num país onde não existem regras e as que existem não são cumpridas. Portanto é preciso regular o mercado, na perspetiva de que todos os formatos e todas as empresas devem existir porque criam emprego mas também porque isso é essencial para preservar os direitos dos consumidores», afirmou.
O sindicato do comércio reclama o fecho dos hipermercados aos domingos e feriados, regras mais apertadas na implantação das grandes superfícies, transparência nos contratos com os fornecedores, mas também contabilidade, inventários de existências reais e registo de vendas controlável pelas finanças.
Para apresentar estas propostas, o sindicato dos trabalhadores do comércio quer agora reunir com o Governo, com as autoridades responsáveis pela fiscalização, e ainda com as duas maiores cadeias de distribuição do mercado português, Pingo Doce (Jerónimo Martins) e Continente (Sonae).