O dirigente do Sindicato dos Pilotos da Aviação Civil (SPAC) Hélder Santinhos desvalorizou a baixa adesão à greve. Os sindicalistas dizem não ser contra a privatização, já que importa sobretudo ver a TAP "bem gerida".
Corpo do artigo
"Há muitos aviões fora da base e todos os regressos a Lisboa faziam parte dos serviços mínimos", assinalou Hélder Santinhos em declarações à TVI, justificando assim os números da TAP, segundo a qual, dos voos previstos até às 17:00 de hoje, 69,75% realizaram-se.
Para Hélder Santinhos, a adesão à greve só não regista números mais elevados porque alguns pilotos "colocam interesses individuais à frente de interesses coletivos".
No que se refere ao facto de o SPAC ter avançado que 90% dos pilotos ia aderir à paralisação e isso estar, aparentemente, a ser contrariado pelos números, Hélder Santinhos esclareceu que "cerca de 300 pilotos não são sindicalizados no SPAC", o que justifica a diferença, pois entre os sindicalizados a taxa de adesão prevista "está a verificar-se".
Afirmando que a greve em curso "não é contra a privatização", Hélder Santinhos acrescentou que o que o SPAC deseja "é ver a TAP bem gerida", seja pela via da gestão pública ou da privada.
O sindicalista esclareceu ainda que, contrariamente ao que tem sido divulgado, os pilotos não estão a pedir diuturnidades desde 2010 e participação de 10 a 20% na privatização, "mas uma não redução salarial de 7,5%", que terá sido proposta pela TAP.
A este propósito, Hélder Santinhos adiantou que as negociações com a empresa fracassaram "porque eram uma farsa da administração da TAP, que propunha o pagamento de diuturnidades de agora até dez anos", o que o SPAC considera "uma tentativa de enganar os pilotos".
Questionado sobre a hipótese de um reatar das negociações, o sindicalista afirmou que "o SPAC está aberto a negociar, mas as portas estão fechadas por parte do Governo".