FESAP, STE e Frente Comum manifestaram, esta noite, à TSF, a sua indignação perante o anúncio feito hoje pelo primeiro-ministro em relação aos subsídios de Natal e de férias.
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Em entrevista à Rádio Renascença, o primeiro-ministro anunciou que os subsídios de Natal e de férias dos funcionários públicos e pensionistas só começarão a ser repostos em 2015 e de forma gradual, porque o mais provável é que o Estado não tenha condições para, nessa altura, os voltar a pagar na íntegra.
Perante este anúncio, Nobre dos Santos, da Frente Sindical da Administração Pública (FESAP), diz que as notícias dadas pelo primeiro-ministro vão certamente condicionar negativamente as negociações na concertação social. O dirigente diz-se revoltado e desgostoso.
«Desgosto porque de facto aos pessoas não têm condições para acreditar nos políticos, nomeadamente no primeiro-ministro deste país que fez um determinado tipo de afirmações e hoje confronta os trabalhadores da administração pública com um 'murro no estômago', como ele disse. Isto é inqualificável», afirmou.
Também o coordenador do Sindicato dos Quadros Técnicos do Estado (STE) não esconde a indignação. Bettencourt Picanço acusa o Governo de não falar a uma só voz.
«Nós últimos dias as vozes têm sido vários, O secretário de Estado a dizer que afinal o corte é só em 2012 e 2013, um vice-presidente do partido a dizer que não se sabe bem se os subsídios vão voltar a ser repostos, e agora o primeiro-ministro a dizer que afinal é só em 2015. Seria bom que houvesse uma só voz a dizer o que vamos ter no futuro», destacou.
Pela Frente Comum, a dirigente Ana Avoila diz que o que se passou nos últimos dias foi uma encenação, primeiro veio a Comissão Europeia acenar com a hipótese de um corte permanente dos subsídios para agora o primeiro-ministro ficar bem dando uma notícia menos má.
«O que o Governo se prepara para fazer, com o apoio da Comissão Europeia porque já fica claro que isto foi tudo preparado no sentido de criar um clima psicológico para hoje o primeiro-ministro vir dizer que só a partir de 2015 é que vai repor os subsídios gradualmente, é enganar as pessoas», alertou Ana Avoila.