O presidente do grupo Jerónimo Martins, Alexandre Soares dos Santos, respondeu com um desafio, esta noite, na SIC Notícias, à preocupação manifestada pela ministra da Agricultura.
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Na sequência da promoção de 50 por cento de descontos no 1º maio nos supermercados Pingo Doce, a ministra da Agricultura admitiu que a relação da grande distribuição com os fornecedores pode em alguns casos ser desequilibrada.
Em resposta, esta noite, em entrevista à SIC Noticias, o presidente do grupo Jerónimo Martins pediu que lhe apresentem os fornecedores com razões de queixa da sua empresa.
«Diga-me quem são essas pessoas e traga-as. Eu gostava de saber quem são esses fornecedores que se queixam que a Jerónimo Martins deu cabo deles», respondeu.
Alexandre Soares dos Santos assegurou que não foi cometida qualquer irregularidade e que por isso não tem nada a temer relativamente à avaliação que vier a ser feita pela Autoridade da Concorrência.
«Não tenho receio nenhum porque não praticamos 'dupping' nenhum. O que não quer dizer que em 16 mil referências que temos em cada loja possa haver uma ou duas que tenha o preço errado. É absolutamente normal, como pode encontrar produtos fora da data», comparou.
O presidente da Jerónimo Martins deixou claro que o grupo não vai repetir uma promoção igual à do 1º de maio porque saí muito caro fazê-lo, mas também garantiu que a empresa não está nem irá refletir a despesa que teve com a mega produção em encomendas aos fornecedores.
«Posso garantir que a companhia não encontrou em contacto com ninguém, nem vai entrar. Quando fazemos uma oferta, por exemplo quando compra duas embalagens de detergente e lhe é oferecido um sabonete, aqui há uma promoção. Mas [no dia 1º de maio] foi oferecer às pessoas que comprar mais de 100 euros um desconto de 50 por cento, seja qual for o artigo», sublinhou.
Sobre a escolha do dia do trabalhador para a promoção, Alexandre Soares dos Santos reafirmou que não sabia da data e recusou ter havido qualquer politização com o objetivo de menorizar a importância do 1º de maio.
Alexandre Soares dos Santos acrescentou que se houve politização, a mesma não partiu do grupo Jerónimo Martins.
«A politização não foi nossa. Quando houve a greve de há umas semanas atrás, foi um insucesso. A culpa foi do Pingo Doce? A culpa foi da distribuição? Você acredita que se houvesse algum tipo que quisesse ir a uma demonstração não teria ido? Podia ter comprado as coisas à mesma e ter ido à demonstração, por amor de deus. Simplesmente a demonstração foi um fracasso e então temos que encontrar o bode espiatório. E quem é? Aqueles malandros da distribuição», contestou.