O chefe da divisão europeia da Standard & Poor's para a dívida soberana afirmou que a resposta dos líderes europeus à crise da dívida soberana «não está à altura» dos riscos.
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A cimeira europeia de 09 de dezembro «não foi conclusiva», disse Moritz Kraemer, em teleconferência citada pela agência de informação financeira Bloomberg, apesar de ter sido muitas vezes apelidada de reunião decisiva na estratégia para ultrapassar a crise das dívidas soberanas.
Em Bruxelas, no início de Dezembro, o eixo franco-alemão falou num pacto de união orçamental e congratulou-se com um avanço no sentido de um novo tratado intergovernamental.
Mas a cimeira ficou também marcada pelo "não" inglês, já que o Reino Unido disse claramente que não vai assinar qualquer tratado que inclua a chamada regra de ouro,proposta que obrigada cada país a inscrever na constituição um limite para o défice orçamental.
A agência voltou a dizer que as iniciativas tomadas pelos líderes europeus nas últimas semanas podem ser insuficientes para responder às pressões na Zona Euro.
Para o responsável da S&P o que está em causa é a «longa disputa dos líderes europeus sobre qual será a política mais adequada para resolver a crise financeira da Zona Euro».
«Enquanto atravessamos estas dificuldades mantém-se a enorme necessidade de financiamento», frisou Kraemer.
Na sexta-feira, a agência de notação Standard & Poor's anunciou o corte do 'rating' da maioria dos países da Zona Euro, entre os quais a França, que perdeu a nota máxima, e Portugal, Espanha e Itália, que baixaram dois níveis.
A agência norte-americana estima que há uma probabilidade de 40 por cento de recessão nas economias da moeda única este ano e prevê uma contração global de 1,5 por cento.
A agência de notação financeira alertou também para o aumento do risco do «cansaço» entre as populações dos vários países europeus, em particular, daqueles que enfrentam «enormes sacrifícios» devido à aplicação dos programas de austeridade.