O novo centro de investigação aeroespacial contou um orçamento de 12 milhões de euros para a requalificação do Palácio Vila Flor, onde fica instalado para desenvolver soluções tecnológicas e aplicações espaciais na resolução de desafios da região Norte
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O projeto lançado esta segunda-feira dedicado à investigação aeroespacial teve um orçamento de 12 milhões de euros e é o resultado de um protocolo de colaboração entre a Câmara Municipal de Guimarães, Universidade do Minho e o CEIIA - Centro de Engenharia e Desenvolvimento de Produto.
No Guimarães Space Hub ficará instalado um centro de operações para controlar a Constelação do Atlântico, um conjunto de 16 satélites para a monitorização do oceano e das florestas.
O projeto instalado no Palácio Vila Flor, no centro histórico da cidade, foi apresentado numa sessão que contou com a presença do ministro da Educação, Ciência e Inovação, Fernando Alexandre, do presidente da CCDR-N, António Cunha, e dos parceiros, alunos e investigadores.
Ali vão trabalhar estudantes, investigadores, com especialistas do CEIIA, mas também parceiros da Força Aérea Portuguesa, GEOSAT, NEO e CTI Aeroespacial, envolvidos na Constelação do Atlântico e na recentemente criada New Space Alliance.
O objetivo passa por dar um contributo para a evolução científica e tecnológica do país na área do New Space, através de uma ligação mais próxima e efetiva entre o meio académico e a indústria, visando a resolução de desafios societais complexos nas áreas da qualidade de vida, combate às alterações climáticas e sustentabilidade, a partir da cidade e da região Norte.
Este centro vai desenvolver a sua atividade através de programas científicos anuais com alunos e investigadores e de iniciativas dirigidas às novas gerações, desde o ensino secundário, com o programa SLI – Sustainable Living Innovators do CEiiA, abrangendo áreas como os sistemas e tecnologias espaciais, os modelos e inteligência geoespacial, a ciência e tecnologia avançada associada à medicina espacial, as novas formas de construção, a energia e a mobilidade, de forma integrada, para usar as tecnologias espaciais na resolução dos problemas da Terra.
Em comunicado, o CEIIA adianta que “este hub nasce como parte de um ecossistema em fase de consolidação no nosso país, envolvendo parceiros internacionais em torno da Constelação do Atlântico que é o novo sistema europeu de satélites de Observação da Terra, de alta e muito alta resolução e revisita intradiária, para aplicações nas áreas da defesa, segurança e sustentabilidade e reconhecido a nível europeu pela própria Ursula von der Leyen".
A Constelação do Atlântico é o maior projeto do setor do Espaço na história do nosso país e tem origem numa parceria ibérica, sendo um ativo determinante para uma Europa mais segura, soberana e competitiva.
Em Portugal, é liderado pelo CEiiA e pela Força Aérea, em colaboração com a GEOSAT (empresa que, a par da Airbus, é um dos dois operadores de satélites de muito alta resolução da Europa).
O desenvolvimento e a construção dos satélites de muito alta resolução da Constelação do Atlântico estão a cargo da NEO (primeiro integrador de satélites português de muito alta resolução).
O Guimarães Space Hub será, assim, uma peça fundamental para a sustentabilidade desta estratégia a médio e longo prazo, preparando a academia, os alunos e os investigadores para orientar o seu trabalho na criação de valor nesta área em Portugal, conclui o CEIIA.
Para o município, o avanço do projeto terá como resultado “a criação de empresas de base tecnológica que vão fixar recursos humanos altamente qualificados, na região Norte e no país, preparando também a cidade para 2026, como melhor exemplo do que deverá ser uma Capital Verde Europeia".
Há um ano, na apresentação do projeto, o presidente da CCDR-N, António Cunha, sublinhou a “importância determinante deste tipo de projetos para sustentar e traçar as bases de uma estratégia regional para o espaço” e relembrou que esta dinâmica no setor “aumenta a atratividade da região, levando à fixação de empresas da área no Norte”.