No comentário semanal na TSF, Francisco Louçã avisa para os riscos que Portugal e a economia europeia podem enfrentar com a subida das taxas de juro do outro lado do Atlântico.
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A propósito do discurso do presidente do Banco Central Europeu, esta quinta-feira, em Frankfurt, em que Mario Draghi tentou tranquilizar os mercados garantindo que as ajudas aos mercados "não vão acabar de repente", Francisco Louçã avisa que o mandato de Draghi não dura para sempre e que há riscos adicionais do outro lado do Atlântico.
O economista explica que a subida das taxas nos Estados Unidos tem efeito sobre a Europa. "Os juros são mais elevados nos Estados Unidos, os capitais disponíveis irão para depósitos nos Estados Unidos", defende.
Para o antigo dirigente do Bloco de Esquerda, "isso significa também um risco de desequilíbrio para a balança de capitais na União Europeia e vai acentuar pressões para aumentar as taxas de juro para a Europa. E isso, verdadeiramente, é um risco para Portugal e para a economia europeia no seu conjunto".
O aumento das taxas de juro vai também significar mais dificuldades de investimento, "que já foi tão baixo no período do dinheiro fácil", lembra o economista.
Francisco Louçã considera que "Draghi procura manter a confiança, mas assenta sobre um trono que é muito frágil".
"Nós temos riscos recessivos, riscos de bolha especulativa, e a política europeia oscila entre estes excessos de confiança e cegueira otimista e a depressão e os riscos recessivos porque está construída na base de um edifício demasiado frágil e sem instrumentos de correção", defende.
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Todas as sextas-feiras, depois das 9:00, na TSF, Francisco Louçã comenta os principais temas económicos.