Para a CGTP o pagamento dos subsídios ao longo do ano «é uma fraude»; a UGT vê vantagens nesta medida transitória
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O Governo excluiu a CGTP da discussão os pagamentos dos subsídios de Natal e de férias em duodécimos, acusou Arménio Carlos, que considerou o caso insólito.
O secretário-geral da CGTP disse que o governo devia chamado a central sindical até ao passado dia 27 de novembro e que até agora os sindicalistas não foram contactados pelo executivo.
A Comissão Parlamentar de Segurança Social e do Trabalho está esta sexta-feira a ouvir os parceiros sociais.
Arménio Carlos disse aos deputados o que queria ter dito ao Governo, que este modelo de pagamentos em doze meses dos subsídios de férias e de Natal é uma fraude.
Na próxima semana vai reunir-se o Conselho Nacional da CGTP, para definir novas formas de luta para o próximo ano. O secretário geral da Intersindical escusou-se a adiantar pormenores, mas garante que a luta vai intensificar-se.
Já João Proença não vê problemas nesta medida, encarada transitoriamente, para ajudar os portugueses. O que o líder da UGT contesta é que o pagamento em duodécimos possa ser a antecâmara para o fim dos subsídios de Natal e de férias.
«Viemos claramente defender esta medida. Aliás, propusemo-la e tivemos uma parte importante na sua elaboração porque entendemos que é importante para muitas famílias que são confrontadas com o aumento brutal da carga fiscal, com as retenções na fonte do IRS e menos salário disponível a partir de janeiro», declarou João Proença, demarcando-se assim da posição assumida pela CGTP.
Proença sublinhou tratar-se de uma medida «excecional que procura atenuar os efeitos do aumento da carga fiscal» e que poderá «ter alguns efeitos económicos positivos, na medida em que atenua os riscos da diminuição do consumo interno a partir de janeiro».
«Para nós não é uma medida de solução milagrosa, mas procura atenuar o problema dos portugueses e é uma medida de caráter transitório», insistiu João Proença que disse repudiar as declarações do secretário de Estado do Emprego, Pedro Martins, que afirmou na quinta-feira tratar-se de uma medida com vista à «modernização das relações laborais».