Suspensa greve nos bares dos comboios da CP após acordo para aumentos salariais de 10%
Entendimento inclui retroativos a janeiro deste ano e os aumentos são calculados sobre o salário base de cada trabalhador.
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Os trabalhadores dos bares dos comboios de longo curso da CP suspenderam a greve que iriam cumprir a partir deste sábado após os representantes sindicais terem chegado a acordo com a concessionária Newrail para aumentos salariais de 10%.
Este acordo prevê “retroativos a janeiro de 2024”, explicou à TSF Luís Trindade, da direção do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria de Hotelaria, Turismo, Restaurantes e Similares do Sul, e um incremento de 10% “sobre o salário base de cada trabalhador”.
O acordo foi fechado através de uma negociação liderada por uma “federação” dos sindicatos Norte e Sul.
Os trabalhadores defendem que devem ser “internalizados na própria CP”, integrando os quadros, por fazerem "parte da tripulação dos comboios, juntamente com o chefe de composição, neste caso o revisor, que é como é conhecido”.
Uma vez que a CP não partilha desse entendimento, o que leva a que o serviço dos bares seja concessionado, aponta Luís Trindade, os trabalhadores defendem que os vencimentos devem ser “revistos anualmente”.
"Se não forem temos, lá está, forma de fazer com que se sentem à mesa e negoceiem a revisão dos nossos salários”, avisa.
A greve suspensa na sequência do acordo estava marcada por tempo indeterminado e as reivindicações incluíam "aumentos salariais dignos", a par do "pagamento do trabalho suplementar", "melhores condições de trabalho", "cumprimento integral do Acordo de Empresa" e "contra o encerramento e restrições dos serviços de cafetaria e bar nos comboios".
No comunicado em que anunciou a greve, o sindicato referia que "apesar dos problemas reiterados com a concessão do serviço de cafetaria e bar nos comboios de longo curso [Intercidades e Alfa Pendular] ao longo dos anos a CP optou por voltar a concessionar este serviço a privados através de um contrato de milhões assinado em 2023 com a Newrail, recusando internalizar o serviço e integrar os trabalhadores nos seus quadros".
A estrutura sindical assinala que "em 2024 o contrato com a Newrail foi renovado por um período mínimo de 3 meses e um máximo de 6 meses", indicando que em 2023 "os valores atribuídos à Newrail tinham como objetivo pagar os salários em atraso aos 130 trabalhadores e normalizar o serviço de cafetaria e bar nos comboios".
No início de 2023, os 130 trabalhadores dos bares da CP estiveram sem salário durante quase dois meses, após a Apeadeiro 2020 ter falhado o pagamento das remunerações de fevereiro e partes da de janeiro desse ano.

