A Refer contratou pelo menos cinco 'swap' durante o período em que Maria Luís Albuquerque exercia funções como diretora financeira. Um deles teria ganho potencial e quatro perdas.
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Segundo os dados fornecidos pelo Governo à comissão de inquérito, no final de 2012 existiam seis contratos 'swap' ativos entre vários bancos e a REFER.
Desses seis contratos, cinco foram celebrados entre o final de 2004 e janeiro de 2007, altura em que Maria Luís Albuquerque exercia funções como diretora do departamento de gestão financeira da Refer (2001 a 2007).
Dos cinco contratos assinados durante o exercício de funções da agora governante na Refer, apenas um deles tinha um ganho potencial para a empresa (na ordem dos 15,7 milhões de euros), tendo os restantes perdas potenciais avaliadas em cerca de 31 milhões de euros, segundo a avaliação do instituto que gere a dívida pública portuguesa, o IGCP.
De acordo com os despachos enviados aos deputados, pelo menos quatro destes contratos já foram fechados, juntamente com um outro 'swap' assinado em 2010, todos com o banco britânico Barclays e o banco norte-americano JP Morgan.
Os três contratos fechados com o Barclays renderam à Refer 8,5 milhões de euros.
O contrato com o JP Morgan tinha uma perda potencial estimada em 15,7 milhões de euros, assinado já após a saída de Maria Luís Albuquerque da empresa.
Pelo cancelamento dos dois contratos com o JP Morgan a Refer pagou 21 milhões de euros.
As perdas potenciais nos contratos 'swap' já levaram à demissão de dois secretários de Estado e três gestores destas empresas e à criação de uma comissão parlamentar de inquérito cuja primeira audição decorrerá dia 25 de junho com a secretária de Estado do Tesouro, Maria Luís Albuquerque.
O Governo, por seu lado, decidiu cancelar os contratos existentes tendo, segundo disso esta semana fonte oficial das Finanças, pago cerca de mil milhões de euros aos bancos para anular perdas potenciais de cerca de 1.500 milhões de euros.
Persistem ainda cerca de 1.500 milhões de euros de perdas potenciais face aos cerca de 3.000 milhões inicialmente estimados no final do ano passado, sendo o Santander Totta é o único banco com que até agora as Finanças não conseguiram alcançar qualquer entendimento.