TAP: CDS pede "responsabilidade" ao PS, PSD diz que maioria do investimento é português
O CDS apelou hoje à "serenidade" e sentido de "responsabilidade" do PS na privatização da TAP, enquanto o PSD destaca que maioria do investimento é de português.
Corpo do artigo
O CDS apelou hoje à "serenidade" e sentido de "responsabilidade" do PS na privatização da TAP, vincando que os socialistas sempre a defenderam quando estiveram no Governo, mas que, agora, na oposição, colocam-na em causa.
Esta posição foi transmitida aos jornalistas pelo deputado do CDS Hélder Amaral, confrontado com a ameaça hoje reiterada pelo PS de fazer reverter este processo se vencer as próximas eleições, Hélder Amaral afirmou ter "dificuldade em compreender" os socialistas em matéria de privatização da TAP.
"Estou confiante que as decisões do Governo serão estáveis e para manter, e que o PS será responsável nessa matéria. Tenho alguma dificuldade em perceber um partido que, quando é Governo, desde 1998, sempre quis privatizar ou fundir a companhia - inscrevendo a privatizando no memorando da 'troika' e nos vários PEC [programas de estabilidade e crescimento] -, mas venha agora colocar o processo em causa", apontou o dirigente democrata-cristão.
Hélder Amaral disse que partidos como o PS "não podem dizer uma coisa quando estão no Governo e outra quando estão na oposição". "Espero que a responsabilidade e a serenidade imperem no PS. Estou convencido que o PS será um partido responsável", insistiu. O deputado do CDS considerou que o processo de privatização é única via para "garantir o presente e o futuro" da transportadora aérea nacional.
Já o vice-presidente da bancada social-democrata Luís Leite Ramos sublinhou hoje que a maioria do investimento privado previsto para a TAP "é de um empresário português", ao comentar a decisão do Governo, no parlamento.
"A maioria do capital é de um empresário português. Este aspeto que foi tantas vezes reclamado e exigido - manter a companhia em mãos de investidores portugueses - hoje, infelizmente, ninguém reconheceu que este é um aspeto essencial pelo qual muitos se bateram e nós também", afirmou, escusando-se a precisar o valor e adiantando apenas que a sua fonte é "gente que acompanha o processo".
O deputado social-democrata congratulou-se ainda pela prevista compra de 53 novos aviões para a TAP por parte dos investidores, defendendo que esta "é a alternativa que permite à empresa garantir a estabilidade e a consistência do seu projeto de desenvolvimento, fundamental para aquilo de que o país precisa - uma companhia de bandeira, que continue a ter o 'hub' [base de operações] em Lisboa e, sobretudo, a ter um contributo muito importante para o desenvolvimento do turismo".
"Proposta apresentada e selecionada resolve o problema mais importante que é o da liquidez", continuou, salientando os "quase 350 milhões de investimento no capital para garantir o seu desenvolvimento futuro".