Miguel Pais do Amaral pedia mais tempo para avaliar o impacto da greve e garantias do Estado sobre a dívida. Germán Efromovich já disse estar satisfeito com a passagem à fase de negociação com o Governo.
Corpo do artigo
Miguel Pais do Amaral diz que não vai recorrer da decisão do governo, porque não quer prejudicar o processo e, em declarações à TSF, garante que continua interessado na TAP, pelo que vai esperar pelo desenrolar do processo.
O empresário disse também que o tempo dado para apresentar a proposta foi curto e que o consórcio por si liderado apresentou três condições. "Pedimos um prazo adicional para podermos analisar o impacto da greve dos pilotos nas contas, precisávamos de mais seis semanas para analisar a greve que ocorreu cinco dias antes da data de entrega da proposta", explicou.
Por outro lado, devido "à degradação da situação da empresa", o consórcio pedia que "houvesse da parte do Estado uma tomada de medidas junto dos credores para obter condições satisfatórias sobre a dívida", acrescentou.
Miguel Pais do Amaral salientou que a partir do momento em que o Estado saia da TAP, os credores podem vir reclamar a dívida da operadora aérea, a qual é superior a 1.000 milhões de euros. "Era essencial que o Estado desse esse apoio", considerou o empresário.
A terceira condição dizia respeito à "necessidade de obtenção de um acordo de médio/longo prazo com os sindicatos", disse. Ou seja, o consórcio da Quifel pretendia que se estabelecesse um acordo prévio com os sindicatos, que garantisse ao novo dono paz social no grupo TAP.
O empresário lembrou que tinha apresentado uma proposta para a compra da transportadora aérea portuguesa em julho do ano passado, "a pedido do Governo" com a indicação que o processo arrancava em setembro. Ou seja, se não tivesse havido "múltiplos atrasos" no processo privatização, que já tinha sido suspenso em 2012, o consórcio teria tido a possibilidade de "reunir todas as condições necessárias".
Já Germán Efromovich (dono da Avianca), já fez saber que recebeu "a notícia de hoje do Conselho de Ministros com satisfação, e desde já assumimos o nosso compromisso em querer negociar com o Governo uma proposta que ajude a transformar a TAP numa companhia de referência que aproveite as sinergias e mais valias mútuas de ambos os grupos".