Tarifas dos EUA. Ex-ministro da Economia defende "resposta imediata" e diversificação de mercados
Em declarações à TSF, António Costa Silva considera que é preciso olhar para os setores mais críticos e ver “exatamente o que se pode fazer para apoiar a diversificação das exportações, mas, evidentemente, a resposta tem que ser imediata”
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O ex-ministro da Economia António Costa Silva considera que a diversificação de mercados é o melhor caminho para as empresas portuguesas afetadas pelas tarifas anunciadas pelos Estados Unidos. Ainda assim, acredita, Portugal tem todas as condições para apoiar empresas no imediato, tal como já fez Espanha.
“Os Estados Unidos representam 7% das nossas exportações, são cerca de nove mil milhões de euros. Há sectores muito importantes, como o dos químicos ou dos combustíveis, em que 20 ou 25% das suas exportações vão para o mercado americano. Temos também plásticos, borrachas, a indústria têxtil e a indústria do vestuário”, começa por sublinhar António Costa Silva, em declarações à TSF.
Para o antigo governante, é preciso olhar para estes setores e ver “exatamente o que se pode fazer para apoiar a diversificação das exportações, mas, evidentemente, a resposta tem que ser imediata”.
Penso que o país tem condições, mesmo a nível de apoio para reforçar as suas linhas de apoio às empresas.
António Costa Silva recusa “ilusões” e lembra que, se a recessão atingir vários países, “vamos apanhar por cadeia”.
“Portanto temos também no âmbito da União Europeia fazer esta diversificação, procurar outros mercados e pôr as nossas empresas cada vez mais competitivas ao nível da inovação, da diversificação dos produtos e de encontrar outras linhas de colaboração”, defende.
O ex-ministro da Economia aponta “uma oportunidade imensa” em Macau, “onde está 12% do Produto Interno Bruto chinês”, e considera que “temos que encontrar no Mercosul também outra grande resposta”.
“Vejo muitos comentários que devemos retaliar e entrar numa guerra. Eu acho que a União Europeia não deve fazer nada disso. Se o fizer, vai ser absolutamente danoso para a própria economia Europeia”, conclui.