Tarifas: Ordem dos Economistas avisa que apoios "devem ser feitos, mas num quadro de precaução"
Em declarações à TSF, António Mendonça reage à resposta do Governo às tarifas anunciadas pelos Estados Unidos e nota que a economia portuguesa "é pequena" e "mais flexível com as relações que tem com outros países"
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O bastonário da Ordem dos Economistas está otimista com a resposta do Governo às tarifas norte-americanas. Ainda assim, António Mendonça, em declarações à TSF, alerta para o risco de respostas imediatas, considerando que há apoios que podem acabar por beneficiar indiretamente os Estados Unidos.
"É preciso fazer um estudo relativamente àquilo que devem ser as medidas. Parece-me que apoios, no sentido de linhas de crédito ou seguros, devem ser feitos, mas num quadro de precaução, para não nos prejudicarmos de forma direta ou indireta", defende.
"Devemos também apoiar a diversificação das nossas relações [internacionais]", acrescenta.
António Mendonça nota que a economia portuguesa "é pequena" e, como tal, "mais flexível com as relações que tem com outros países".
Quanto às tarifas anunciadas por Donald Trump, o bastonário sublinha que é necessária uma reflexão em termos estratégicos e que estas taxas devem estar integradas dentro de objetivos mais gerais de reforço da capacidade económica.
A nossa economia está a precisar de uma profunda reflexão em termos estratégias. Hoje em dia já se fala abertamente da necessidade de uma reindustrialização e penso que estas medidas devem ser também enquadradas dentro de objetivos mais gerais, de reforço da nossa capacidade económica, da nossa indústria e também é importante que estejamos em sintonia com aquilo que se está a passar na Europa.
Quanto à previsão do conselho das Finanças Públicas, que aponta para um défice de 1% em 2026, António Mendonça considera que perante a atual incerteza é "natural" que a economia portuguesa desacelere, sendo que o Governo deve tentar travar a desaceleração.
