O lucro da PT ascendeu a 339 milhões de euros no ano passado, valor que não é comparável com o resultado líquido do ano anterior.
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Em 2010, a operadora de telecomunicações liderada por Zeinal Bava registou um lucro recorde de 5,6 mil milhões de euros devido ao encaixe de parte da venda da operadora brasileira Vivo à espanhola Telefónica.
Em comunicado enviado hoje à Comissão de Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a PT adianta que o lucro no ano passado atingiu os 339,1 milhões de euros, enquanto as receitas operacionais subiram 64,3 por cento, para 6.146 milhões de euros, um valor acima das estimativas dos analistas.
O aumento das receitas, adianta o grupo, resulta «do impacto da consolidação proporcional da Oi e da Contax a partir de 1 de abril de 2011 (2.768 milhões de euros) e da Dedic / GPTI a partir de 1 de julho de 2011, no seguimento da conclusão da troca da participação da PT neste negócio por uma participação adicional na Contax».
Excluindo este efeito, as receitas operacionais consolidadas teriam recuado 9,7 por cento para 3.380 milhões de euros no ano passado, «em resultado do decréscimo nas receitas dos negócios de telecomunicações em Portugal e da integração da Dedic/ GPTI na Contax a partir de 1 de julho de 2011, e não obstante o crescimento nas receitas dos outros negócios internacionais, nomeadamente da MTC na Namíbia e da Timor Telecom».
O resultado antes de juros, impostos, amortizações e depreciações (EBITDA) cresceu 46,7 por cento em 2001, face ao ano anterior, para 2.188 milhões de euros, em linha com as estimativas das casas de investimento.
No período em análise, o CAPEX (investimento) aumentou 53,3 por cento, para 1.224 milhões de euros. Este investimento foi direcionado, na sua maioria, na aplicação de novas tecnologias e serviços, nomeadamente para a rede de fibra ótica, que atinge 1,6 milhões de casas, o serviço de televisão por subscrição, implementação da quarta geração móvel e no crescimento da base de clientes e ainda na construção de um dos maiores centros de dados (data center) a nível mundial que está a ser realizado na Covilhã.
A dívida líquida ajustada (pelo efeito fiscal relativo à transferência dos planos de pensões regulamentares para o Estado português, incluindo 113 milhões de euros relacionados com a contribuição de 2011, registados como prejuízo fiscal reportável) era de 6.386 milhões de euros, quase o triplo que em 2010.
O grupo PT encerrou o ano passado com 93 milhões de clientes espalhados nas empresas em Portugal, Brasil, África e Ásia.