Confessando sentir-se "aliviado" com o resultado do negócio de venda da TAP, o Presidente da República aplaude o processo e sublinha que "a maioria do capital é português".
Corpo do artigo
"Temos todos que aplaudir". É nestes termos que Cavaco Silva reage à venda da TAP, confessando sentir-se agora "mais aliviado" do que há cerca de dois meses.
Falando com os jornalistas durante o voo para a Bulgária, precisamente a bordo de um avião da TAP, o Presidente da República lembrou que, na altura da greve dos pilotos, tinha manifestado alguns receios. O receio, por exemplo, de que pudesse acontecer o que aconteceu a muitas companhias de bandeira europeia, "como a Polonia ou a Alitalia", onde houve "milhares de despedimentos" e o "cancelamento de rotas". Cavaco diz que depois do que foi anunciado pelo Governo, no final do conselho de ministros da semana passada, está "mais aliviado".
Quanto ao encaixe financeiro de 10 milhões de euros, o chefe de Estado reage com uma pergunta: "Quanto é que a senhora daria por uma empresa que tem uma dívida de mil e 60 milhões de euros?".
Cavaco Silva sublinha três factores que considera essenciais: o facto da TAP continuar a ser "uma companhia europeia autónoma, com o hub em Portugal, satisfazendo o serviço público" e garantindo as "especificidades de África e do Brasil".
Numa altura em que Portugal ainda aguarda o parecer de Bruxelas sobre o negócio, o Presidente da República não mostra inseguranças, leva a mão ao bolso e revira-o, enquanto encolhe os ombros, para mostrar que não tem nenhuma informação.