Como resultado do final da campanha de sondagens, foi detetado mais 40% do recurso, calculado agora em 39 milhões de toneladas e um potencial adicional que pode ir até 62 milhões de toneladas
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Para a exploração de lítio nas minas do Barroso, em Trás-Os-Montes, o Savannah Group concluiu os estudos de prospeção e os dados recolhidos confirmam um aumento de 40% do recurso relativamente àquilo que estava inicialmente previsto, o que permite um cálculo de extração de 39 milhões de toneladas e um potencial adicional que pode ir até 62 milhões de toneladas.
Emanuel Proença, CEO da empresa, confirmou à TSF que tal confirma que há significativamente mais lítio na mesma área de concessão do projeto já definida.
O objetivo de exploração vai, assim, contar com um recurso adicional que aumenta em 200%, para entre 35 e 62 milhões de toneladas.
Estes valores significam que à medida que os trabalhos de exploração continuem, existirá um potencial total que pode vir a superar cem milhões de toneladas de mineralização de lítio ao longo dos anos, ou seja, o suficiente para a produção de 47 milhões de veículos elétricos. Algo que equivale a eliminar o consumo de petróleo de toda a frota automóvel a circular nos dias de hoje no conjunto de Portugal, França e Países Baixos.
Em comunicado, a empresa cita o diretor-técnico de Savannah, Dale Ferguson, que adianta que “o principal objetivo da recente campanha de sondagens era aperfeiçoar os dados sobre os recursos existentes nos depósitos Pinheiro, Reservatório e Grandão, em preparação para a definição de reservas. No entanto, as sondagens confirmaram também diversas extensões de jazidas, apresentando com consistência resultados excelentes".
O resultado foi uma subida considerável na tonelagem global, dentro da área de concessão do projeto, e perante tal confirmação da qualidade e da quantidade do recurso, o efeito positivo para o país e para a região aumenta também, visto que, com a mesma área, o número de empregos criados na região poderá ser maior.
Já Emanuel Proença realça que o pagamento de royalties, associados à quantidade de lítio extraído e de impostos, será maior e mais duradouro, beneficiando a região, bem como o país.
Também o período de duração do projeto tem potencial de vir a aumentar, reforçando assim a expectativa de que os empregos diretos e indiretos para os membros das comunidades locais se possam prolongar durante gerações. A empresa espera que essa seja uma razão para que aqueles que emigraram voltem à sua terra, atraindo mais gente que dinamize a região.
O CEO da Savannah, Emanuel Proença, agradece o empenho das equipas envolvidas nesta fase do projeto e adianta que agora podem focar-se em preparar os outros elementos necessários ao início da sua construção, uma vez que a expansão de 40% do recurso para perto de 40 milhões de toneladas dá bons indicadores para uma possível vida útil do projeto mais longa do que a prevista no Estudo de Âmbito de 2023.
Os benefícios são claros para todas as partes interessadas, visto que assim o projeto pode contribuir mais em termos de produção de lítio, geração de valor e criação de empregos, pagamento de impostos e royalties, além de inúmeros outros benefícios socioeconómicos, por um período de tempo mais longo – tudo dentro da mesma área de concessão.
O gestor espera que, um dia, o projeto possa vir a ultrapassar a marca de cem milhões de toneladas de mineralização de lítio, equivalentes a uma parte considerável das necessidades europeias deste minério.
Para Emanuel Proença, a empresa tem agora uma responsabilidade “ainda maior em mãos, uma vez que a meta de 10% de produção endógena que a União Europeia estabeleceu para 2030, torna-se mais alcançável, beneficiando a equipa que continua a crescer, os parceiros, a região, o país e a Europa e irá contribuir para uma transição energética mais efetiva, rápida e autónoma".
Emanuel Proença promete que continuarão a trabalhar para estar à altura do desafio e para reclamar para Portugal o papel de relevo que o país terá na “revolução industrial das baterias, já em curso".
A próxima fase que arranca agora, depois das sondagens, são ensaios técnicos deste projeto, que inclui um contrato de concessão de 30 anos e uma aplicação dessa concessão em três blocos, agora com a indicação que pode ultrapassar um nível de produção suficiente de lítio para fabricar 0,5 milhões de baterias para veículos por ano.
O Savannah Group continua a mostrar abertura para cooperar com todas as entidades envolvidas no projeto, mas antecipa a continuação da contestação de um pequeno grupo local e garante ainda à TSF que nenhum incêndio foi registado nas suas áreas de prospeção, tal como chegou a circular pelas redes sociais.
