Um projeto de economia circular quer ensinar a transformar a lã num bom nutriente para a agricultura
Corpo do artigo
O projeto transfronteiriço Raia, que envolve a Eurorregião Algarve, Alentejo e Andaluzia, quer ensinar os agricultores a transformar a lã em composto orgânico, útil para os solos e para a produção agrícola.
Uma ovelha pode dar entre dois e 35 a 40 quilos de lã, mas quem tosquia os ovinos sabe que nem toda a lã serve para a indústria têxtil ou tem valor comercial atrativo, acabando por ser considerada um desperdício. E o que acontece é que parte desse produto acaba por ir para o lixo.
O coordenador de projetos na INLOCO, Associação de Desenvolvimento Local que organiza esta formação, salienta que há “muitos subprodutos na lã que não são utilizados e enviados para a lixeira, no entanto, a lã tem uma capacidade de compostagem para criar nutrientes para o solo”. É esta utilização pouco conhecida que esta formação quer dar a conhecer, “para que as pessoas que trabalham com lã, quer seja na indústria ou na pastorícia, percebam que também podem aproveitar a lã que não tem valor comercial”, adianta Artur Gregório.
As sessões, marcadas para o final de janeiro, vão realizar-se em Mértola e na Andaluzia, em Cortegana. ”Depois haverá um acompanhamento da compostagem durante os próximos seis meses, para ver como o processo se irá desenvolvendo”, adianta. O objetivo é que cada um dos participantes possa fazer a sua própria composteira e acompanhe o processo até ao fim.
Artur Gregório salienta que esta iniciativa visa fomentar a economia circular, aliando a inovação à sustentabilidade. E, se com os resíduos da lã for possível tornar os solos agrícolas mais rentáveis, melhor para o ambiente.