Trabalhadores das IPSS em greve lutam por "aumentos salariais e respeito pela contratação coletiva"
Em declarações à TSF, Elisabete Gonçalves, da Federação Nacional do Sindicato dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais, adianta que, apesar de existirem serviços mínimos salvaguardados, os efeitos da greve poderão ser particularmente sentidos na "área da infância"
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Os trabalhadores das Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS) estão em greve esta sexta-feira, para reivindicar o aumento dos salários e o respeito pela contratação coletiva.
Em declarações à TSF, Elisabete Gonçalves, da Federação Nacional do Sindicato dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais, diz que os trabalhadores decidiram avançar com este protesto depois de não terem chegado a acordo com a Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade (CNIS), após três meses de negociações salariais.
"Fizemos num processo negocial com a CNIS, que não chegou a bom termo, porque as atualizações salariais que nos são apresentadas são muito baixas e os trabalhadores exigem mais, daí terem vindo para a luta", argumenta.
A Federação Nacional do Sindicato dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais convocou para esta sexta-feira uma concentração no Largo do Terreiro, no Porto, próximo da sede da CNIS, pelas 14h30.
Apesar de existirem serviços mínimos salvaguardados, os efeitos da greve poderão ser particularmente sentidos na "área da infância", onde são esperados "bastantes internamentos", e nas creches e jardins de infância.
A coordenadora do Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, Escritórios e Serviços de Portugal (Cesp), Ana Paula Quintela, disse na quinta-feira à Lusa que trabalham 200 mil pessoas nas IPSS. Os horários dos profissionais oscilam entre as 40 e 37 horas semanais.
Os trabalhadores lutam ainda pelo complemento do trabalho aos domingos, sublinhado que a renumeração ao domingo é paga como se fosse um dia da semana, segundo a coordenadora. Ana Paula Quintela afirmou que os feriados também são pagos como se fossem um dia normal.
As IPSS são instituições constituídas por organismos particulares, sem fins lucrativos e que não sejam administradas pelo Estado para dar apoio a crianças, jovens, idosos e famílias, em questões como saúde, educação, formação profissional e habitação, sendo que a CNIS é a organização confederada das IPSS.
