Sindicato quer exigir melhores condições de trabalho mas também mais igualdade.
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Os trabalhadores dos centros de atendimento telefónico - call centers - marcaram uma greve para esta sexta-feira, dia em que se realiza uma greve internacional de mulheres.
À TSF, Rebeca Moore, do Sindicato dos Trabalhadores de Call-Center (STCC), explica que esta paralisação serve, sobretudo, para exigir melhores condições de trabalho e para promover a igualdade.
"Os problemas vão desde a dificuldade que é conciliar a vida profissional e familiar, porque entendemos que sobre as mulheres recai aquilo que chamamos de dupla e tripla jornada de trabalho. Também achamos que um problema nos call centers é a questão do assédio moral e sexual - acontece obviamente com homens e com mulheres - que acontece maioritariamente com mulheres e que não é entendido como um problema dos locais de trabalho e das empresas. Embora falemos muito de team building e de criar espaços em que todos nos sintamos bem, muitas vezes as mulheres não sabem a quem e como se devem dirigir quando são assediadas", alerta a sindicalista.
Além das chamadas de atenção relativas à situação das mulheres no local de trabalho, Rebeca Moore lembra que "há também uma luta mais geral, que é contra a precariedade, que afeta tanto homens como mulheres. Porque entendemos que as mulheres se encontram já numa situação de desigualdade, por todas as razões e mais algumas que já referi, isso tem um impacto ainda maior", explica.
O STCC afirma que o assédio moral é uma norma nos call centers e que, sobre as mulheres, é brutal e causador de depressões. Mais de metade das 83 mil pessoas que trabalham em call centers em Portugal são mulheres.
Na próxima sexta-feira, dia 8 de março, é dia internacional da mulher e dia da greve internacional de mulheres que, pela primeira vez, terá repercussão em Portugal.