Os estivadores do porto de Aveiro entraram em greve por tempo indeterminado, contra a presença nas instalações portuárias de trabalhadores «alheios ao sector», numa altura em que foi pedida a insolvência da empresa de trabalho portuário (ETP).
Corpo do artigo
O presidente da administração do porto de Aveiro (APA), José Luís Cacho, considera a greve «inaceitável» e sublinha que «só vai contribuir para agravar a situação do Porto».
José Luís Cacho lembra que houve um acordo, em que o sindicato participou, para a instalação das empresas na área portuária que ali fizeram os seus investimentos.
«A greve põe em causa as negociações que têm vindo a decorrer para a viabilidade da empresa de trabalho portuário» e «é uma tentativa de usar as empresas que investiram no Porto de Aveiro para exercer pressão», lamentou José Luís Cacho à Lusa.
A Associação Nacional de Pellets Energéticas de Biomassa (ANPEB) criticou, em comunicado, a convocação da greve, afirmando que «visa sectariamente» algumas das suas associadas (Enerpellets, PelletsPower Lda e Pinewells S.A.) «numa disputa laboral a que são totalmente alheias».
Salientado que essas empresas representam mais de 50 milhões de euros anuais em volume de exportação, a ANPEB adverte que serão fortemente penalizadas pelo incumprimento dos contratos de fornecimento, pelo que a greve põe em causa mais de 160 postos de trabalho e 1300 postos de trabalho indirectos.
O pré-aviso de greve por tempo indeterminado foi entregue pelo Sindicato dos Trabalhadores do porto de Aveiro (STPA), após decisão tomada segunda feira em assembleia geral, por «ocupação de postos de trabalho por parte de mão-de-obra estranha ao sector, em cinco áreas portuária».