Parque eólico offshore vai custar 125 milhões de euros. Projeto liderado pela EDP arranca ao largo de Viana do Castelo.
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A segunda fase do projeto WindFloat foi esta sexta-feira oficializada com o compromisso de financiamento europeu. O Banco Europeu de Investimento (BEI) concede um empréstimo de 60 milhões de euros dos 125 milhões necessários para a instalação deste parque em bases flutuantes no mar alto ao largo de Viana do Castelo.
Além do financiamento do BEI, entram nesta segunda fase (pré-comercialização) 29,9 milhões de euros do programa comunitário NER300, o "apoio direto de seis milhões de euros do Fundo de Carbono Português e o resto passará por investimento dos acionistas", explicou o presidente executivo da EDP, António Mexia.
Para chegar a esta fase o WindFloat teve que passar todos os testes de demonstração. Na primeira fase o aerogerador aguentou ondas de 17 metros e ventos com rajadas superiores a 100 Km/h.
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De acordo com António Mexia, a primeira fase serviu para verificar se a estrutura "iria sobreviver. Estiveram envolvidas 210 pessoas, mais de 60 fornecedores, dois megawatts (MW) de potência instalada e um investimento de 23 milhões de euros.
Agora, o projeto aumenta de escala. Vai durar três anos, envolve cerca de 450 pessoas e a potência instalada é de 25 MW, distribuídos por três aerogeradores.
O presidente da EDP apresentou o WindFloat como um "projeto absolutamente pioneiro e inovador a nível mundial, no que diz respeito à energia renovável offshore". Em causa está a "tecnologia mais desenvolvida e mais competitiva da utilização do vento em mar e em sítios com profundidade, que impedem a utilização de estacas no fundo mar", justifica.
A EDP tem como sócios deste projeto a Repsol e a Principle Power.
Mar de Viana pode fornecer 16% da energia portuguesa
O WindFloat vai ficar ao largo de Viana do Castelo, uma zona do mar português já identificada há 4 anos, num relatório do Laboratório Nacional de Energia e Geologia (LNEG), como uma zona com "um significativo interesse para a energia eólica".
O estudo referia a área entre Caminha e Viana do Castelo como podendo albergar um "potencial sustentável" de pelo menos 900 MW. Isto siginifica uma produção anual de cerca de 8 terawatts hora (TW/h), cerca de 16% do atual consumo elétrico em Portugal que é, em média, de 50 TW/h.